Hunter: The Vigil com militares.

Criado por SamCromwell · 16 postagens

SamCromwell

Olá novamente, meus caros amigos das trevas.

Passei um bom tempo sem vir ao fórum, sem jogar, narrar ou escrever, devido às correrias da vida privada. Entre trabalho, faculdade e a vida social, acabei me distanciando do Mundo das Trevas em geral; enfim, basta de lamentações e vamos ao que interessa.

Voltei à ativa com força. Estou narrando um hack de Storytelling para baixa fantasia medieval ao vivo, abri uma mesa no RRPG para narrar MdT via skype para meus amigos que estão fora do país e também retomei meu zine de Changeling, Vernissage de l'Automne.

Abri esse tópico para abrir uma discussão sobre o ponto de início das histórias de Hunter. Em geral, minhas histórias começam a partir do background dos personagens, em sua maioria civis, que entram em contato com as Trevas e vão abrindo cada vez mais os olhos para o que existe nas sombras. A certo momento, tornam-se verdadeiros caçadores, mas isso leva tempo e alguns morrem antes mesmo de chegar lá.

Desta vez - também pelo fato de termos pouco tempo e ser online - resolvi mudar a estratégia. Não informei aos meus jogadores que a campanha teria criaturas da noite. Ao invés disso, disse que seria um jogo de intriga, conspiração e ação com uma equipe de extermínio do governo. Coloquei os três jogadores como soldados, enquanto um NPC era o "Controlador" da equipe, usando as câmeras locais para analisar o terreno e dando informações essenciais sobre a missão, ajudando a criar o clima. (É bastante legal ver o roleplay quando você usa de jargões militares hollywoodianos como: "Agente Yang, alguém se aproxima.", "Inimigo às três horas, câmbio.", "Retirem-se para o ponto de extração.")

Deixei a ação e a tensão tomarem conta dos jogadores, enquanto encontravam corpos destroçados, marcas de sangue e tentavam rastrear o causador de tudo aquilo. Cerquei-os com "pessoas enlouquecidas" (até então não sabiam o que eram) e assisti o desespero pegando enquanto as balas acabavam e as comunicações falhavam. (Também muito legal fingir os chiados e os cortes na comunicação com o Controlador).

Por fim, lancei um licantropo pra cima dos jogadores, que usaram de tudo que tinham numa corrida desenfreada da fera, até se trancarem dentro de um prédio, ofegando e se perguntando "Mas que p*rra foi essa?!"

Continuarei a narrar logo em breve, mas achei interessante a ideia de colocar personagens relativamente experientes para encarar algo inexplicável. Quero chegar em algo como uma narração de uma célula da Valkyria, misturando suspense, ação e boas doses de desespero.

O que vocês acham dessa alteração de clima no cenário do Mundo das Trevas?

Nicolas_Salermo

Falae Sam !!
Essa sua alteração pra mim foi ótima !!
Pq tira os jogadores da zona de conforto: O mestre vai usar o livro do vampiro, então deve ter alguma coisa relacionada no inicio da mesa do meu personagem. 
Ficou perfeito, porque todos sendo de células da Valkyria que a principio parecem "iniciantes" então não esperavam e nem sabiam que teria algo sobrenatural, para jogadores experientes de WoD iriam pensar: Vai ser mamão com açucar matar os outros soldados. 
Mas do nada e sem nem mesmo os jogadores saberem pula uma aberração peluda destroçando tudo.
Imagino o nivel de adrenalina neles ao terem visto que não tinham nada preparado para um licantropo (afinal, balas de prata não se acha aos baldes ou em cada esquina...).
Muito bom Sam !
Na minha história de WoD li todos os livros e falei pros jogadores, usei uma "tecnica" contraria a sua, mas que tem quase o mesmo efeito pq já que falei de todos o que será afinal aquela velha do parque que constantemente aparece pra mim aos sonhos, faz marcas estranhas e me pede para ajudar um fantasma? kkkkkkkk Gosto de tirar da zona de conforto, pq o personagem nunca está confortável. =D 



tecnowancer

Eu curti bastante a idéia, gosto de fazer isso quando narro, dar poucas informaçõe aos jogadores já os deixam apreensivos.

Mas o que seria "uma célula da Valkária"?

Nicolas_Salermo

Task Force Valkyrie ou Força-Tarefa Valquiria é uma organização de nivel 3 do Hunter: The Vigil.

Uma explicação plausível seria que Task Force: VALKYRIE é uma conspiração de caçadores que existe como um top secret dos Estados Unidos. Agência governamental dedicada a caçar e remover todos os vestígios do inexplicável.

Quando puder dá uma lida no livro do Hunter. Acho que só tem em inglês, mas valeu a pena eu traduzir aquele livro pra poder entender como é o novo caçador. (tradução porca por sinal, google translator. kkk) 

SamCromwell

O livro de Hunter apresenta três níveis de "associações" entre os caçadores: Células, formadas por poucos caçadores que se apoiam uns nos outros para se manter sãos e salvos, no geral são baseadas na confiança e se formam através da experiência; Compactos, que são formados pela união entre Células da mesma área, como vários favos de uma colmeia, são baseadas em alianças, de forma a tornar uma região segura contra as Trevas; por fim, há as Conspirações, como a Task Force Valkyrie, que têm toda uma forma de agir, uma hierarquia e linhas de comando.

A Valkyrie é como uma SWAT para enfrentar as Trevas, como disse o Nicolas, criada pelo Governo para exterminar o inexplicável.

No entanto, ao invés de criar um grupo de membros da Conspiração, resolvi fazer algo diferente e usar militares sem conhecimento oculto, para que eles encarassem as Trevas e chegassem à situação de perceber que seria uma péssima opção relatar os eventos para os superiores, já que provavelmente seriam encarados como loucos. Como qualquer bom caçador, no entanto, eles não conseguiriam dormir à noite sabendo o que há lá fora e sem fazer nada quanto isso, principalmente considerando que eles têm os meios para agir.

Diferente dos climas comuns de terror/horror e drama pessoal das minhas campanhas de storytelling, preferi adotar algo mais como ação e desespero. Os personagens possuem a mente e a força de vontade de um soldado, capaz de encarar os eventos com certa frieza, mas são humanos e acabam por ceder ao desespero quando a coisa aperta. Por hora tem sido bem divertido e jogar assim, modificando as resistências e modus operandi das criaturas, para eles se sentirem completamente no escuro, sem saber o que fazer para parar Aquele Licantropo, ou para afastar aquele grupo de "mortos-vivos"...




tecnowancer

Vlw pelas dicas gente,

Ler o manual de hunter pra mim agora está em baixa prioridade, sem um livro fisico ou uma versão em epub eu me desmotivo demais...

Nicolas_Salermo

Entendo a frustração, mas assim que possível leia sim. Pra mim é o livro que expressa melhor o Mundo das Trevas.

MarcioThrasher

O que eu mais gostei nisso tudo foi tu não ter dito pra eles que era uma história sobrenatural! Lembrei aqui do excelente filme trash Dog Soldiers - Cães de Caça, que tem a mesma premissa.

Se tu já não o fez, recomendo muito dar uma lida nos suplementos Armory e Dogs of War. O primeiro é o famoso guia de equipamentos, armamentos e estilos de luta; o segundo trata justamente de histórias e crônicas com militares.

E, se possível, eu vou querer acompanhar o diário de campanha desse grupo também, rs.



Nicolas_Salermo

MarcioThrasher esse livros estão somente em inglês ne?
Tem alguma tradução de fã por aí?
O Hunter: The Vigil só achei em ingles, então tive q traduzir váááárias páginas pra entender o cenário... Só não traduzi o inicio do livro q fala das origens dos caçadores e conhecimento do desconhecido.
Deu um trabalho danado, isso pq fiz no google translator e depois fui dando nexo as frases... =/  
Tb quero ver o diário dessa campanha Sam Cromwell!! Conseguiu alguns fãs! kkk 

- Atualizado em

MarcioThrasher

Se tem alguma tradução de fã eu desconheço, Nicolas. Vida de RPGista não é fácil, ainda mais quando certas editoras de renome deixam todo um público consumidor na mão...

Eu, sinceramente, te recomendo treinar pra melhorar o inglês pra poder aproveitar o excelente conteúdo do NWoD e de vários outros RPGs por aí. No mundo utópico perfeito, nós teríamos acesso a todo tipo de obra literária e jogos traduzidos na nossa língua nativa, mas infelizmente esse mundo não existe e todos perdemos com isso :(





Nicolas_Salermo

Eu sei q esse mundo não existe... Fazer oq.
Mas me diz uma coisa: Esse novo Vampiro com as regras do God-Machine ficou muito diferente da 1º edição?

E voltando ao assunto Sam !! Não esquece da gente e posta aqui tb a campanha ! kkkkk 
Estamos ansioso tb pelos outros dois capitulos de Vernissage de l'Automne !! =D 




MarcioThrasher

Olha, eu só olhei por cima depois de ter visto o review do Gentleman Gamer e pra mim mudou muita coisa na mecânica do jogo. Essa coisa das Conditions, que parecem saídas diretamente de RPGs eletrônicos, e a substituição de Vício e Virtude por Mask e Dirge, que são a volta da mecânica de Natureza e Comportamento sem tirar nem pôr... sei lá. 

Eu, particularmente, não gostei de nada ali, mas ainda assim vou ler o livro inteiro com calma quando tiver tempo. No momento tô na vibe da quinta edição de Dungeons and Dragons, terminando de ler o Dungeon Master's Guide aqui hehehe.


Marcinho

Velhos, eu também não li completamente, mas não aceitei essa parte das Conditions também. Tomara que não se pareça mesmo com a mecânica dos RPGs eletrônicos como você disse, xará, porque até hoje não me dei bem com D&D4ed por causa dessa semelhança.

Mas eu estou apostando nesse 2.0. Espero que ele me surpreenda positivamente, porque ainda gosto da primeira edição. Se é pra mudar, que seja pra melhor.

Nicolas_Salermo

Sério que eles alteraram essa parte???
Pra mim a inovação mais importante do sistema foi as características Vício/Virtude e Moralidade, que no caso do vampiro é Humanidade. 
Cara, essas características são as que caracterizem e diferenciam o storytelling dos outros sistemas. 
Eu simplesmente adorei isso !! A condição que dão aos jogo e seu prós e contras... Ficou ótimo, principalmente pro cenário. 
Narrei uma vez uma mesa cyberpunk com um pouco do suplemento WoD Mirror Bleeding Edge.
Retirei tudo de sobrenatural e modifiquei a Moralidade pra algo a ver com tecnologia. Quanto mais implantes e chips no seu corpo, mais você perdia de Humanidade se tornando mais robotico (retirando dados de empatia e causando decréscimos em rolagens de Carismae etc..). 
Esse característica achei tão boa que acredito que dá um tom mais sério em qualquer jogo que seja essa a intenção. Adorei mesmo!! Se tiverem mudado na 2° edição ... Quero nem ler ! kkkkkkkkkkkkk

O livro do God-Machine já li que falam muito bem dele, mas fora essas regras (que não me agradou) tem outras adições muito boas? 

MarcioThrasher

Eu não sei a Humanidade mudou, mas Moralidade agora é Integridade, e não tem mais uma tabela com "hierarquia de pecados". Agora tem os "breaking points", se não me engano, que são justamente pontos de ruptura na sua personalidade que podem te levar à perda de Integridade.
Esses breaking points são determinados pelo jogador em conjunto com narrador, baseados no background do personagem. Por exemplo: uma dona de casa passaria por um breaking point e poderia perder Integridade por atirar num bandido e vê-lo sangrar até morrer na sua frente, já um policial calejado pela vida não sofreria com isso.

Isso deixa o sistema mais verossímil mas mais complicado de se julgar e administrar por ser bem subjetivo. Fica tudo a cargo do diálogo entre jogador e narrador toda vez que um possível breaking point acontecer, o que também pode deixar o jogo mais lento. Me parece um sistema vindo diretamente desses RPGs indies mais narrativistas que vêm saindo nos últimos anos.

Eu te recomendo baixar o PDF com as atualizações das regras DE GRAÇA por esse link lá no DriveThruRPG. 

E prometo não desvirtuar mais o tópico do Sam, rs.

Nicolas_Salermo

Entendi Marcio, mas acho que a regra de bônus nos testes de Moralidade ao fazer algo que tenha a ver com sua Virtude ou por causas que o personagem ache nobre satisfaz de igual forma. Um policial tem uma mente que matar por um bem maior lhe daria bônus para não ficar depressivo ou algo do tipo.
Mas valeu mesmo assim !!

Cade o Sam hein !!! kkkkkkkkkkkk