5 - Os cidadãos redescobrem Belo Horizonte

por juliocesar em

Os anos 80 e 90 marcaram a cidade que finalmente tornou-se uma grande Belo Horizonte. Problemas sociais e urbanos levaram o povo as ruas, enquanto a realidade de uma metrópole com diversos cenários surgia iminente.

Foi ao longo da década de 80 que o belo-horizontino redescobriu o espaço das ruas, fazendo dele o palco de suas manifestações, de seus protestos e de suas artes. Em 1980, milhares pessoas tomaram a Avenida Afonso Pena e a então Praça Israel Pinheiro (hoje, Praça do Papa) para receber o próprio Papa João Paulo II. Em 83, diversas entidades e cidadãos saíram às ruas para protestar contra a demolição do prédio do Cine Metrópole, defendendo seu tombamento pelo Patrimônio Histórico. Em 84, a multidão lotou a Praça da Rodoviária para dar força à campanha “Diretas Já”, participando do comício que reuniu nomes como Tancredo Neves, Ulisses Guimarães, Brizola e Lula. Um ano depois, os mesmos manifestantes chorariam a morte do recém-eleito presidente Tancredo Neves, acompanhando seu velório no Palácio da Liberdade. Mais recentemente, em 92, seria a vez dos jovens “cara-pintadas” protestarem contra a corrupção e exigirem o impedimento do presidente Fernando Collor.

Entre os membros estas duas décadas trouxeram o retorno de antigos conflitos e o surgimento de um cenário mergulhado em traições veladas. O primeiro acontecimento foi o retorno de Antônio do topor e sua direta oposição ao poder, mesmo que surpreendido pelo abandono de seus seguidores por parte de Thales, ele percebeu nos movimentos mortais que sua volta era necessária, como um dia foi o chamado de mudanças que deram origem a cidade.

Carolina viria a retornar surpreendendo a tensão que havia se instalado entre Marcos e Antônio. Com ela um misterioso estudioso tornou-se sua voz na cidade, ainda que este fosse um auspicioso membro da Ordo Dracul chamado apenas de Conde. Ao Lancea Sanctum foi dada a missão de buscar forças soturnas que estariam agindo sobre a cidade, sua causa agora ganhava o contorno ainda mario segunda a revelação espiritual de Carolina. A Principe também instruiu que uma vez por ano ela passaria uma noite em Ouro Preto para purificação, deixando a cidade sobre a guarda de sua primogenitura, novos membros deveriam acompanhar esta peregrinação para realmente serem aceitos no poder.

Alguns como Livia jamais aceitaram a peregrinação ainda fosse respeitada pelos favores, a guardiã informal do gado mortal teria ganhado maior tolerância pela relação velada com o Conde. Alguns dizem que a maldição do sangue presente em Livia seduziu o estudioso do macabro.

O novo restabelecimento da trindade não escondeu que ambos eram responsáveis por um cenário maior do que podiam realmente almejar controlar. O tamanho da cidade estava além do controle real de Carolina ou da influência politica de Marcos. Antigas rivalidades com os Barões vizinhos agora estavam ainda maior, pois as cidades também cresceram. Thales representavam uma corte sem impostos tradicionalista e uma liberdade incomoda. Sua cidade tornava-se um pouco um santuário de práticas condenadas por Carolina.

A própria trindade implantou um sistema de tradições e apadrinhamento onde pouca liberdade seria data aquele que não escolhe-se a quem apoiar. Fazendo surgir ambigüidades e falsos apoiadores.

Nas regiões mais distantes dos centro e ainda longe das influencias dos Barões uma série de vampiros descontrolados surgiam e deixavam suas marcas em meio a violências dos anos de desigualdade social. Em certos locais, algo mais espreitava o membro desavisado. Para se ter segurança era necessário um padrinho que indicasse um refugio protegido.