DRAGÕES - Capitulo 3 - Lazaro

por LordIvel em

"- Ele está só. Não sabe o que está enfrentando. - Falou a voz do além - E quem sabe? - Falou a garota triste."

LAZARO - FONTE: Courier New

LAUREL - Vermelha

DAVID - Verde

----------------------------------------------------------------------------------------------------------

 

- Vamos.

- Aonde?

- Atrás de quem roubou sua alma.

- E onde seria?

- Onde você procuraria um ladrão de almas?

- Washington?

- Obvio demais, tente de novo.

- Nova York?

- Nova York! Portanto, se a gente quiser chegar lá a tempo, é melhor começar logo nossa andança.

- Andança? Nós vamos de Los Angeles para Nova York a pé?

- Pensei que fosse batalhador!

- Eu sou!

- Prove!

- Nada de provisões?

- A gente descola o que for preciso durante o caminho.

- Merda...

Laurel então começou a andar e então tive que segui-la, percebi que alguns olhos eram voltados para nós enquanto andavamos, os mendigos ao que estavam no predio não paravam de nos encarrar até alguem perguntar:

- Ô Laurel! Você vai começar a andança?

- Vou.

- Ai, gente! A laurel voltou a andança e vai encarar a longa caminhada com um cara!

Todos começaram a aplaudi-la e desejar boa sorte nessa caminhada, todos sem excessão falou alguma coisa para encoraja-la.

- Por acaso, muitos caras tentaram isto antes de mim?

- Alguns.

- Quantos conseguiram? Tipo, quantos resgataram suas almas e tal?

- Nenhum.

Já tinham andado alguns minutos e estavam muito distante daquele prédio. Nesse percurso não entraram numa conversa e foi que de repente encontraram novamente aquele velho ainda olhando para o semáforo.

- Oi Laz.

- Oi Laurel. Estava pensando em acompanhar vocês por um tempo, se não for incômodo.

- Por mim, tudo bem. Algo contra, David?

- Acho que não. Afinal, vai ser uma longa andança.

- Eu conversei a respeito com o Arthur. De repente, se eu for com vocês, talvez eu encontre o que tanto procuro.

- E o que seria?

- A morte!

- Escuta, qual é mesmo o seu nome?

- A maior parte das pessoas me chamam de Laz.

- Laz? Que tipo de nome é esse? É armênio ou..?

- É apelido para Lázaro!

- Tipo aquele da bí..

- "tipo" aquele não. Eu sou o PRÓPRIO. O mesmo da Betânia, onde eu morava com Marta, minha grande irmã. A vida não era grande coisa naquela época, mas a gente levava numa boa. Isso, até eu ficar muito, muito doente. Ninguem podia fazer nada para me ajudar. Uma vez a doença se agravou de vez, e eu me rendi."Eu morri. Imaginei que fosse o fim dos meus problemas. Algum tempo depois ouvi uma voz: 'Lazaro, vem para fora'. Eu estava vivo outra vez. Totalmente livre da doença e me senti animado como um novilho recém-nascido. Marta... bem... Ela ficou super feliz em me reencontrar. Muita gente ficou, enquanto outros tantos quase morreram de medo. não posso recriminar os coitados.Ouvi dizer que algumas pessoas queriam até me matar. Acho que me julgavam uma ameaça ou algo parecido . No entanto, como nunca me aconteceu nada de mal, imagino que alguma coisa fez aquele pessoal mudar de idéia, dizem que um ser celestial sempre me protegeu! mas eu nunca o vi!! O mais engraçado é que... eu me alimentava e apreciava o sabor da comida, mas nunca sentia fome. Nem sede ou frio... Não adormecia, tampouco me cansava. Eu simplesmente existia! Eu recebi minha vida de volta, mas não sabia o que fazer com ela... qual seria o propósito dela. Então perguntei para ele. Afinal, Não foi minha obra. Eu só estava lá, mortinho da silva e sem incomodar ninguém. E ele foi o responsável, não foi? Ele me disse: "Espera por mim, até que eu regresse".

A proposta me pareceu razoável. Quer dizer, ele só ia dar uma saída, jantar com 12 de seus melhores amigos. Quanto tempo poderia levar? Pois eu esperei...... e esperei......e esperei......e esperei... e esperei...... E esperei...... Um dia, finalmente percebi por que ninguém pegava no meu pé... porque ninguém parecia sequer notar minha presença.... Eu tinha recorrido pelas frestas. Eu pra entender? Eu fui o PRIMEIRO de todos os que vivem aqui, no plano intermediário. Como a maioria das pessoas deste lugar, acabei esquecido, abandonado. Deixado tão para trás que... Ah, depois de um tempo ninguém podia me ver. Pois é, já faz tanto tempo...

- Você acredita nisso?

- Não cabe a mim contestar.

- Isso foi um "sim", um "não" ou você não está autorizada a responder?

- Lindo dia, né?

.................................. ....................................

- Por acaso, você tem chiclete ai, companheiro?

- Não.

- Chocolate?

- Não!

- Cigarro?

David ignorou as perguntas! Os três continuavam andando pela cidade, e por menos de 2 horas perceberam que a noite estavam chegando e que precisariam de um lugar para ficar... Então entraram numa casa abandonada onde viviam um grupo de pessoas vizíveis. A casa era muito velha e antiga e lá dentro tinha em faixa de 15 à 20 pessoas!

- Entrem rápido, sem fazer barulho. São os errantes! Eles estão com fome... a caçada começou.

- Não entendi...

- Ele é novo aqui!

- Ah... então não sabe de nada. De tempos em tempos, os errantes precisam se alimentar. É quando atacam em bandos. Pegam qualquer pessoa. Levam sempre alguns adultos como um lanchinho vagabundo... mas, como fonte de nutrientes, preferem mesmo os inocentes. AS CRIANÇAS!

- Crianças? Também tem crianças aqui?

- Eu já te falei... Este é o reduto dos perdidos, dos esquecidos e abandonados. É obvio que há crianças. A gente esconde as coitadas pra fiquem protegidas dos dragões. Nem sempre dá certo.

- Não podemos deixar os desgraçados..

- E o que você tem com isso?

- Que diabo de pergunta é essa?

- Se salvarmos essa leva, as crianças voltam mais tarde, em outro lugar, e atacam no mesmo jeito. Portanto, como eu disse, e você com isso? que diferença faz para você?

- Que diferença faz? Simples, agora eu estou aqui, e neste exato momento está acontecendo uma desgraça que não posso... e não vou... PERMITIR!

- Você é quem sabe! Acho que começou a despertar um 'Davi' no coração do David. Eu já estava me perguntando o que seria preciso para isso acontecer...

- Muito bem, onde encontro os bichos?

- Essa é fácil! Que espécie de concentração popular abandonado você encontra em quase todas as cidades do país? Ele comporta centenas de pessoas, mas nem mesmo um sem-teto pode morar num lugar como esse... porque lá também não tem teto. Um cinema ao ar livre!

David então saiu da casa com determinação, Laurel não podia deixa-los sair desse modo e os seguiu junto à Lazaro! Eles andavam furtivamente pelas ruas até o cinema ao ar livre, chegando perto, dava para ouvir gritos de uma mulher: "Não... POR FAVOR! EU FAÇO QUALQUER COISA... Mas não... POR FAVOOOUURRRRRR!!!". David ouvindo isso investiu pegando um bastão de ferro no chão e batendo no rosto de uma daquelas criaturas. Diferente da que ele viu na biblioteca, esses tinha olhos brancos, pele verde com linhas negras. Seu corpo eram duros como uma pele de aço e horríveis, pareciam um demônio encarnado.

A luta começava, David espancava um deles enquanto Laurel e Lazaro roubavam uma furgão colocando o máximo de crianças possíveis lá dentro. Quanto todas as crianças foram colocadas lá dentro, David correu e num pulo entrou... um daquelas criaturas pulou na frente do furgão tentando impedi-los, mas algo estranho aconteceu, ele arregalou os olhos para Laurel.

-LAAUUUREEEL?? - ele então saiu da frente.

- VAMOS! SEGUREM-SE TODOS!!

Eles aceleravam, mas estava de noite e eles sabiam que não iam fugir facilmente, em poucos segundos de fulga, perceberam que estavam sendo seguidos por umas outras 3 ou quatro furgões. E um deles atingiu em cheio na lateral do automóvel, derrubando-o.

Laurel, David, Lazaro e as crianças sairam do carro derrubado e começaram a correr, mas as crianças correm devagar e eles iam ser capturados por essas criaturas.

- Eu barro os caras!

- Não! Você não tem chance!

- Deixa ele... VEM!

Laurel e David conseguiram sair da vista das criaturas, mas Lazaro agora estava cercado pelas criaturas e não tinham mais para onde ir.

- E ai? Tudo Bem? Alguém tem chicletes? Chocolates?....

Nesse momento todas as criaturas ficaram assustadas e se afastaram um pouco.

- Cigarro? - Um anjo desceu do céu com uma espada flamejante...

< NO ESCONDERIJO... 30 MINUTOS DEPOIS >

- Hora de partir!

- Eu sei...

- Você se saiu bem!

- Eu tinha que fazer alguma coisa.

- Porque você é antropologo?

- Porque sou um ser humano! Intercedendo, ao menos ainda sei o que estou fazendo. Eu costumava saber o que eu faço, costumava conhecer as regras... E aqui eu não sou absolutamente nada!! Na maior parte do tempo, não tenho noção do que se passa!

- Então... Há esperança!!

- Porque eu não sei o que estou fazendo?

- Exato!

- Você é completamente louca, sabia?

Em alguns metros dali estava Lazaro rodeado de corpos de dragões...

- Nenhum sinal dela. Mas em breve, quem sabe? Quem pode saber?