Acredito que esa "facilidade" que o Mago ainda tem em manter traços de sua vida antes do Despertar é extamente o ponto que gera esta dicotomia. Vampiros agarram-se a humanidade, mas eles não são mais humanos e mesmo o mais beatificado dos mortos-vivos se dá conta disto cedo ou tarde.
Com Lobisomens e outros seres a coisa não é muito diferente. Sua mudança para algo que eles quando humanos não eram capazes de conceber acontece não apenas num nível psicológico mas também fisiológico. Seus corpos não são mais carcaças mortais, adquirindo cada um a seu modo, características que os distanciam fisicamente das pessoas comuns.
Para os Despertos não é bem assim. Seus corpos ainda são essencialmente humanos, seu entendmento acerca do(s) mundo(s) que o rodeia é que muda. Suas percepções vão além das de qualquer amigo ou familiar adormecido, o que faz com que o mago venha a se comportar de formas estranhas a sua anterior condição mundana. Como não agitar-se ao notar que os sentimentos de um amigo são influenciados por um Espírito ou que a doença de uma antiga namorada possui causas não-naturais?
A situação dos Magos é muito parecida com a dos Hunters, que por traumas violentíssimos optam por dedicar o resto de suas vidas a caça de sobrenaturais. Um Caçador profissional sabe que os predadores sobrenaturais virão atrás dele, o que põe em risco a vida de todos ao seu redor. A diferença aqui é que enquanto os Hunter enxergam as trevas do mundo com uma vela, os Magos usam faróis (literalmente né?).
O conhecimento adiquirido e eventualmente conquistado com o passar do tempo atrai a atenção não apenas de mosntruosidades menores, mas sim dos grandes inimigos da realidade, dos perpetradores da Mentira, dos autointitulados senhores do firmamento, os Exarcas que até onde se sabe, são deuses em sentido mítico. E se os deuses estão contra nós, quem estará conosco?