VtR 2.0 sem Corujas

Criado por mabafu · 10 postagens

mabafu

Olá pessoal, estou lendo o VtR Strix Chronicles enquanto a OP não passa o VtR 2.0 a limpo...

Gostei muito das modificações nas regras (i.e. disciplinas, condições, manobras sociais, a volta de "natureza e comportamento" ainda que com nomes diferentes), mas meio que torci o nariz para toda a história das Strix. Não gosto da idéia de um antagonista primordial para vampiros... acho que vampiros são os maiores e melhores antagonistas para eles mesmos.

Estou pensando em montar uma mesa de Play by Forum, e gostaria da opinião de vocês sobre o quanto a participação das corujas afeta, ou não, a dinâmica e proposta do jogo.

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MarcioThrasher

Eu só li o livro por cima, então não posso falar muito. Mas assim, minha opinião é diametralmente oposta à sua, rs.

Eu não gostei de praticamente nenhuma mudança que eu vi na mecânica de jogo ou nas disciplinas, mas adorei terem trazido as Strix direto do Requiem for Rome/Fall of the Camarilla pra serem as grandes antagonistas do cenário. Mago e Lobisomem também tem seus grandes antagonistas de cenário, que são semelhantes aos protagonistas mas de alguma forma corrompidos ou odiosos o bastante pra serem inimigos declarados.

Acho essa dualidade legal num jogo que às vezes pode se perder num mar cinza de relativismo moral. Às vezes é bom ter monstros piores que os protagonistas até pra dar a chance de eles agirem como os anti heróis que são :)
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mabafu

Hmm... gosto é que nem... você sabe, cada um com o seu né? *rs

Mas na minha opinião, o grande diferencial do Vampire, desde os primórdios, (i.e. VtM) sempre foram as conspirações e intrigas palacianas, as maquinações, enfim, o jogo político em si. Eleger  um "arqui-inimigo", na minha opinião, tira muito disto no jogo, uma vez que a vampirada acaba "se unindo para um bem comum".

É lógico e desejável que a coterie dos jogadores não tente se estrangular mutuamente, mas daí a cair no famoso clichê de antigamente entre vampiros e lobisomens (quando um era a nêmesis do outro) não faz bem o meu estilo de jogo.

Mas todas estas minhas opiniões são muito teóricas ainda, afinal não terminei de ler o livro e não tive oportunidade de jogar ou narrar nada, nem mesmo via fórum. De forma geral as mudanças nas regras me agradaram porquê simplificaram coisas chatas, além de tornarem mais concretas coisas que antes eram muito abstratas, como por exemplo, ganhar XP por interpretar bem o personagem (i.e. "beats").










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MarcioThrasher

Mas "todos se unirem pelo bem comum" já acontecia antes na primeira edição, seja contra uma infiltração da Prole de Belial, contra um ataque do VII, ou contra a visitinha indesejada de certos vampiros infames como A Herege. A não ser, é claro, que você não goste de nenhum desses elementos do jogo e fique só na intriga de corte. Aí você pode ignorar os Strix também sem nenhum problema, afinal o NWoD não tem nenhum metaplot que te force a seguir à risca o que os caras escrevem (olhando feio pro CWoD nesse momento, rs).

mabafu

O problema não é ter um alvo sazonal pra levar chumbo de todo mundo de vez em quando... o problema é ter um alvo fixo default. As Strix são isto (se bem que são os vampiros que estão mais pra alvo).

Sobre o metaplot... bem, eu não caio mais na pilha que a White-Wolf colocou para demonizar o metaplot não. Acho que sem ele o cWoD não teria tanta graça. Jogar uma verdade global e detalhar a sua conspiração local sendo influenciada por "forças maiores" foi divertido sim. O problema é que a WW não conseguiu gerir a complexidade de tramas entre as diversas criaturas sobrenaturais.

Afinal de contas, o cWoD foi ressucitado, né? :)





MarcioThrasher

Acho que os Strix tem que vistos por outra ótica. Pra mim, é mais uma questão de os vampiros não os "apex predator" que eles julgam ser. Tem algo lá fora mais forte e mais cruel que eles, tão imortal quanto, que odeia os vampiros por uma traição que se perde no tempo e que quer ver toda a laia de sanguessugas destruída.

E eles não precisam ser onipresentes no cenário e na história. Eu vejo eles como o Cthulhu em Call of Cthulhu. Na maior parte das vezes, ele é uma ameaça que paira e só. 

Sobre o CWoD e o metaplot, acho que foi essencial pra revitalizar o RPG nos anos 90 e transformar o cenário e gênero nos clássicos que são; tenho muitas boas lembranças mas não sinto falta. Não jogaria A Máscara ou qualquer outro jogo do CWoD hoje em dia, nem usando as regras melhoradas do Storytelling. Realmente prefiro o cenário atual.

E eles já andaram flertando beeeem de leve com um metaplot n'O Requiém. Só ler por exemplo os livros dos clãs (que são excelentes, por sinal). Tem uma historinha com continuadade temporal entrelaçando os cinco livros e atualizações de certos acontecimentos (como o Furacão Katrina em Nova Orleans e o subsequente desaparecimento do Príncipe Vidal), mas nada maior que isso.

mabafu

Sei lá... ainda que possa imaginar uma ou outra situação interessante, acho que a longo prazo, as Strix vão se resumir - na melhor das hipóteses - em um clichê de infiltração. Sem falar que pro meu gosto, não deu liga não... a falta de referência dessas corujas com a literatura vampiresca, não me convenceu.

Da forma que eu vejo o metaplot representa uma complexidade que a Onyx Path não consegue bancar ainda... mas, comercialmente falando, é uma grande sacada uma vez que o metaplot por sí só vai gerando os suplementos, crônicas e etc. Mas demanda mais que uma equipe de freelancers para conseguir manter a continuidade e organização da linha de produção.

P.s.:
Eu to tão na seca... que se me chamarem para uma mesa de purrinha eu tô dentro! RPG para mim, virou nostalgia... ou, na melhor das hipóteses, PbP.










MarcioThrasher

Meu problema com o metaplot é justamente esse: uma desculpa pra empurrar pro consumidor um monte de livros de qualidade muitas vezes duvidosa e que, por terem muitas mãos escrevendo, acabam se contradizendo entre si até nas regras ou quebram o jogo com absurdos overpower. Isso aconteceu no CWoD e não foi legal.

Eu não jogo faz mais de 10 anos e tô de boa, só narrando/mestrando (muito) raramente. Ano passado narrei 2 sessões de Hunter: The Vigil e esse ano comecei mestrando D&D 5e. Isso já é mais do que eu mestrei nos últimos 5 anos, tá ótimo. rs

Strix

Gostei dessa "oficialização" dos antagonistas, pois mesmo Vampiro sendo antagonista do próprio Vampiro, uma coisa não necessariamente exclui a outra, vide o sistema Clássico em que Camarilla era inimiga do Sabá mas isso em nada impedia de que as intrigas dentro da própria Camarilla ocorressem.
Vampiros são seres políticos e vão brigas pela sujeito que a política tem.
Quanto as disciplinas acredito que depois de 10 anos de uso, percebei-se a necessidade de melhora-las, já que a Onyx Path mantem contante canal com os jogadores do mundo todo e esse feedback faz com que eles melhor adaptem as necessidades dos jogadores.

kenig

Ao meu ver as estirges (the strix) são completamente opcionais. Inclusive em um primeiro momento li as regras novas para já aplicar na minha campanha e só posteriormente me preocupei com eles. E mesmo assim eles - até o presente momento - são mais uma opção de trama do que qualquer outra coisa. Eles não são tão presentes e não estão em grande quantidade assim. Eu diria que em nível de importância são equivalentes ao VII. Aparecem aqui ou ali, de vez em quando, se aparecerem. São completamente ao arbítrio do narrador a inclusão e a relevância. Um colega acima aí disse que não gostou das regras novas, eu mesmo adorei. Touchstone e aspirations removem 50% do trabalho do narrador, rs.