Recepção do novo Mundo das Trevas pela "velha guarda"

Criado por volmer · 45 postagens

volmer

Há algumas semanas foi organizado um evento novato de RPG aqui em Brasília. Quando soube, resolvi ficar por dentro e me dispus para narrar uma mesa do nWoD no evento. Os organizadores, entusiastas de Vampiro: a Máscara, detestaram a idéia, classificando o nWoD como "lixo", nas palavras deles. O tal evento então perdeu a chance de oferecer uma variedade maior de mesas com bons jogos.

Deixando esse episódio que demonstra uma atitude ignorante ridícula que só serve para enfraquecer o RPG de lado, e considerando que boa parte de vocês eram (ou ainda sejam) jogadores do antigo Mundo das Trevas, como vocês avaliam a recepção do nWoD pelos fãs de A Máscara, O Apcalipse e afins? Apesar de serem jogos e ambientações distintas as comparações são inevitáveis. Como é para um jogador "old school" migrar para o novo (mas hoje nem tão novo assim) Mundo das Trevas? E o que falar desse conservadorismo "não joguei e não gostei"? Isso é coisa que só existe aqui em Brasília mesmo?

Corifeuagourento

Olha, a maioria dos jogadores que conheço é da galera "old school", e a esmagadora maioria prefere as novas abordagem que o "novo" WoD traz.

Entretanto... tem sempre aqueles que não gostam. Eles citam muitos motivos, uma boa parte deles sendo "o novo é lixo, isso é capitalismo e consumismo da White Wolf e blablabla", mas o que eu sinto que alguns sentem falta são os muitos plots e divisões específicas - como as trocentas tribos do antigo Lobisomem e as muito exclusivas Tradições do Mago.

Hentges

Muito li a respeito dessa "transição dolorosa", mas nunca vi de fato.

Acho que o único desdobramento infeliz da questão é exatamente esse que tu experimentou: pessoas abrindo mão de oferecer algo a iniciantes para proteger seus próprios dogmas capengas.

Tanto faz com que livro ou cenário a pessoa joga, desde que jogue, e nunca esqueça que é apenas um jogo.

issak_sirko

Um dos maiores culpados por isso foi a Devir. Ela devia ter feito uma propaganda maior do lançamento do VoR e do resto do linha NWOD. So p/ dar o exemplo de vampiro mesmo, hj na midia ele ta em alta com os crepusculos, vampire diaries da vida. Pode não ter muito a ver com o rpg que jogamos, mais ja serviria p/ agariar mais fãs.

Muita gente dessa velha guarda é gente q começou a jogar VtM pela 3º edição. Quem ja jogava desde da 2º edição(meu caso) adorou o Réquiem. Fez o jogo voltar a sua era de ouro da 2º edição. Agora quem gostava dos metaplots desnecessários na maioria, combos, trocentos clãs e disciplinas que mais pareciam poderes dos X-mem(vide tenebrosidade, vicissitude e outras....) não gostou.

Hentges

Não vejo como a Devir possa ter culpa, já que essa situação tem paralelo nos Estados Unidos e ocorre em outros sistemas, caso do D&D, por exemplo.

A culpa é dos jogadores, uma gente em muitos casos tosca e que é incapaz de perceber que a preferência de outro por este ou aquele jogo, esta ou aquela versão de determinado jogo, não necessita de correção ou catequização.

Corifeuagourento

De fato, cduidado que não podemos colocar a culpa na Devir por todas as desventuras do RPG, rs.

Mesmo porque isso até poderia fazer sentido para novos jogadores, mas o nosso foco aqui é falar dos antigos jogadores. E esses tiveram a chance de interagir com pessoas que jogaram WoD 2.0, seja via fóruns de discussão ou pessoalmente, e ainda assim torceram o nariz.

Eu até posso entender questões pessoais de prefência. Mas o que fizeram com o Volmer, desculpem se sou radical, foi coisa de criatura anti-social sem vida suficientemente decente, incapaz até de torcer para um time de futebol, de maneira que precisa recorrer a um jogo para sentir que é parte de algo.

rafahygino

Bom, como o próprio Volmer disse, ainda existem pessoas que jogam (ok isso não é tão óbvio). Então camar essa prática de "dogmas capengas" não é o mais preciso que se poder dizer. Isso não justifica a arbitrariedade de proibir uma mesa num evento, qual o motivo que se teria para isso, além de ignorância?

Contudo, também não acho que a culpa seja da Devir, ainda que esta falhe MUITO quando o assunto é publicidade, mas essa não é uma falha exclusivamente dela.

Sobre a recepção do sistema, na minha mesa os jogadores gostaram das mudanças nas regras, mas muitos não gostaram da mudança do cenário. Dogamatismo ou gosto?

LordIvel

Vou ser rapido e claro...

2 coisas...

1ª - É complicado os jogadores aceitarem um sistema adaptado depois de muitos anos convivendo com o antigo... exemplo... D&D 3.5, passou mais de 6 anos!! Logo depois, ao lançar D&D 4.0, alguns conseguiu se adaptar e aceita-lo outros por exemplo, NEGAM infinitamente jogá-lo por ser mais simples.... outro exemplo foi o antigo e querido 3D&T, que existe por mais de 10 anos e quando lançaram o 4D&T, foi uma discussão muito grande, pois 4D&T é muito pior!! Depois disso criaram o 3D&T alpha, que tem a mesma base do 3D&T básico, só que mais equilibrado!

2ª - Em termos de sistema e mundo, é complicado você jogar um jogo e ter que se adaptar a jogar outro, por exemplo... quem joga lobisomem: apocalipse e depois tenta encarar vampiro a mascara, percebe uma grande mudança! E notem que ambos são do mesmo sistema!! Mesmo que os jogadores se adaptem com as regras, o maior problema é o cenário!! Em vampiro, por exemplo, aquele cenário Camarilla vs. Sabá era perfeita... Os Brujahs desapareceram! Os Ventrues "falam com animais"! É dificil aceitar certas mudanças!!

gessica-chan

Eu acho esse negócio do pessoal da "velha guarda" ficar de mimimi por causa de outro sistema uma bobagem. É ser muito sem vida social ficar de rixa com o pessoal que curte um novo sistema... Acho que quanto maior a quantidade de opções tivermos, melhor... Eu prefiro o NWoD e apesar de não ter gostado muita da experiência que tive com o antigo não vou ficar julgando quem gosta, é um jogo né, gente... diversão e tal, mas é foda ver gente por aí dizendo q o NWoD é pra "muleke" que se eles aprenderam do jeito "difícil" porque tem que facilitar para os "mulekes" agora... Acho isso tudo uma grande bobagem de pessoal infantis demais para aceitarem que nem todo mundo gosta do que você gosta.

 

NWoD S2

- Atualizado em

Corifeuagourento

Sim, LordIvel, mas aí é uma questão de gosto mesmo. Tem gente que gosta de ter as coisas mais bem-definidas, mas claras e montadas - como, por exemplo as coplexas intrigas intra-tribais de Lobisomem: o Apocalipse - e que não gostam da política "dentro da coerência, faz o que tu queres" do novo WoD - para manter o exemplo, a questão das tribos em Destituídos.

Só que a galera da velha guarda precisa entender que tratam-se de outros jogos, ainda que comparações sejam possíveis e até naturais. Por isso não tem mais Brujah, por que teria? Aí eu acho que Réquiem, que no final das contas foi a pointa da lança do novo WoD, "falhou" um pouquinho. Não custava nada ter colocado outros nomes para Gangrel, Nosferatu e Ventrue, rs...

Por outro lado, o que eu vi de player "erudito" reclamando que Daeva era um péssimo nome pra clã por ser uma visão "distorcida dos mitos", mas achava Toreador e Giovanni uma boa escolha, não está no gibi, então, ia dar na mesma...:P

Alexandre

Concordo com a gessica-chan em gênero, número e grau. Apesar da comparação ser inevitável, no final é uma questão de gosto. E talvez um pouco de comodidade também.

Tudo o que eu não gostava da Máscara consertaram no Réquiem, então pra mim ele é muito melhor. Mas pode não ser pra você. Cada um tem seus prós e seus contras. E não quer dizer que seja ruim. É apenas diferente.

Alanuska

Prefiro a Máscara. Simples assim. Questão de gosto, é isso e pronto.

Porém, o Novo WoD é fantástico, foi uma reformulação muito eficiente e cheia de qualidade, não tenho o que falar contra a White-Wolf. Não conhecia Lobisomem à fundo, nem Mago, ou os outros, mas agora tenho uma idéia de como Mago funciona, e achei massa demais, é um jogo inteligente e bem elaborado. Como sistema, a qualidade maior do Novo WoD também é inegável. Mais realista, limita personagens superpoderosos, as regrinhas têm mais coerência, enfim. Acho um ato de ignorância boicotar o NWoD e mais ainda recusar-se a conhecê-lo, não me entra na cabeça um RPGista ofender um sistema, repudiá-lo, sem conhecê-lo. Parece coisa de evangélico dizendo que RPG é do demônio, enfim.

Apesar disso tudo, quando o assunto é Vampiro, me sinto no direito e com alguma propriedade para me apegar à Máscara. Como cenário e narrativa, aquela ambientação era perfeita. As intrigas entre os clãs, as disputas de poder entre Camarilla e Sabá, a dominação dos Anciões, que tentavam controlar neófitos sedentos de poder, enquanto eles próprios eram controlados por forças maiores... /nostalgia O que deteriorou a Máscara, a meu ver, foi justamente uma super divulgação de materiais, e a crescente "superpoderização" dos personagens. Não havia mistério, eram guias atrás de guias contando sobre tudo, todos os esquemas, os segredos de clãs, enfim. A 3ª ed., em relação aos poderes, era praticamente um duelo de titãs, com os pobres vampirinhos menores correndo de um lado pro outro como baratas tontas. Nesse ponto, o Réquiem vence. Porém, ainda não engoli o cenário do Réquiem. Pode ser implicância, cabeçadurice, o que for, mas não simpatizei. O esquema das coalisões, os novos clãs, aquele clima noir, Nova Orleans, não sei, não desceu.

Como jogadora, acho um jogo divertido e que vale à pena ser jogado, quem se recusa a conhecer está só perdendo. Como narradora, entretanto, nas idéias que tenho busco sempre mesclar a ambos, tomar a liberdade de, usando as regras do NWoD, criar um jogo cuja ambientação ainda é majoritariamente baseada na Máscara.

O que vale é o gosto e a diversão, e não o preconceito.

^^

Radhra

São sistemas e propostas muito diferentes, e cada uma tem seu valor. 

O owod tem um nível de poder incrível de início com todas as raças, principalmente com mago, é quase ilimitado se vc tiver criatividade.

Por outro lado, você está 98% do tempo acorrentado ao plot principal e npcs que sempre serão mais fodões que vc. Além do que tudo o que acontece está nas mãos do mestre.

Você nunca, vai ser mais foda do que o Porthos, Albretch ou qualquer outro npc que já exista. Nunca. Ponto final.

Não interessa quantos sucessos vc tenha, (mais um exemplo de ascensão) o mestre simplesmente chega e diz "não funcionou". É um direito dele ignorar qualquer coisa q vc faça, e a maioria deles não se dã ao trabalho de se explicar.

Poder infinito, e infinitamente limitado.

 

No nwod seu nível de poder é muito mais medíocre, um humano bem combado é inferior a um cachorro (olhes nas estatística do livro básico, é sério) e você se acostuma bem fácil a não darem certo suas roladas com dif 8.  
Mas, ao contrário do owod, o cenário é fresquinho e criado somente pelo narrador (por isso xingo tanto os livros de cenário, e aquela inutilidade mor de Now Orleans), e vc faz diferença nele. Quando se desenvolve, desenvolve seus próprios poderes, linhagens, disciplinas, rotinas, etc.
Você REALMENTE faz diferença no cenário, e como não é só você que tem o poder diminuido, é o cenário inteiro, sua progressão faz real diferença. Você consegue dominar a cidade e virar o fodão. 

E não tem essa de o narrador falar não funciona. O livro é bem claro. Não interessa o quanto você tenha de penalidade, sempre existe uma jogada de sorte, e sucesso é SUCESSO. O narrador vai ter que ter maturidade e jogo de cintura para lidar com isso e seguir com a história. (E eu já tive que lidar com 13 sucessos contra minha história, vai vendo).

O nwod traz muito menos poder, mas muito mais respeito e maturidade entre jogador e narrador.  Só que leva tempo pro jogador acostumar que ele não perdeu poderes, e sim ganhou independência, mesmo que em escala maior.

Agora você não começa com seu mago fazendo bola de fogo e dando dano agravado, mas cara, você decide o quanto gasta de mana, monta seu ritual por não sei quantos turnos e consegue ver o Bin Laden cagando se conseguir resistir o ritual pra acumular os sucessos. Você faz o que VOCÊ quer, e sempre tem uma chance de conseguir.

E não adianta se o narrador narrar como se fosse owod. Não é. As regras são mais limitadoras por um motivo, e elas te limitam também. O  melhor a fazer é considerar um sistema nunca visto e aprender do início.

xidrinx

Eu acho que o antigo era melhor em muitos aspectos e o que o novo tem de bom é que não havia no antigo, quem se adequou ao antigo, óbivo não vai gostar do novo, particularmente só gostei de mago, dos novos lançamentos, não vou dizer que li muito sobre os outros lançamentos, li um pouco, mas não achei interessante mesmo a temática que foi abordada.

Corifeuagourento

Sei lá... eu havia me adequado ao antigo, e ainda assim gostei muito do novo - não vou dizer que nunca mais jogarei o antigo, mas de uma maneira geral, se meu tempo é curto e eu tenho que escolher entre uma mesa do antigo e do novo, eu vou provavelmente no novo.

 

Por isso, diz aí Xidrinx, em quais aspectos exatamente você prefere o antigo?

(Pergunto na moral, sem malícia mesmo. Só para deixarmos o debate mais interessante)

viniciusventrue2

Eu particularmente vi de perto muita resistência ao novo. Mas também, além de tudo que já se foi debatido, acredito que antes era mais fácil "distorcer" a proposta do livro.

 

Em Vampiro a Máscara você nunca seria um anti-diluviano, entretanto, vi mesas com jogadores de 4ª Geração (wtf???)... Era fácil em vampiro a máscara você ser um dos "mais fodas entre os fodas" coisa que no requiem é quase impossivel visto que ser neofito tem suas vantagens e ser um elder tem suas desvantagens.

 

No novo sistema, não existe algo como "sou foda e pronto!" eu percebi um grande número de regras e explicações que mostram que todo crescimento no novo sistema cobra seu preço... e não é só a exp.

 

Para resumir muito tudo eu disse: o novo sistema possui o equilibrio que o antigo não possui. Ele á mais dificil de "corromper".

volmer

Nem faço idéia de como é jogar Vampiro a Máscar com PJs de 4ª geração... Vocês são bizarros! o.O

Corifeuagourento

lha, reza a lenda que uma vez rolou uma mesa no Centro Cultural Vergueiro, notório ponto de rpgistas em Sampa, onde valia  tudo. No final das contas, tinha gente jogando de Matusalém, Mokolé, Were-tubarão, demônio... uma coisa dumal, medomedomuitomedo.

E eu já tive que jogar uma campanha onde todo mundo tinha entre 7ª e 5ª Geração. Advinhem só o tema? Chegou a Gehenna, mas ela vem na mão dos npcs fodões do narrador. Pior é que eu já sabia que seria horrível, mas o narrador oficial havia faltado, e o cara que narrou quase brigou com todo mundo para jogarmos...

Então, sei lá. Talvez eu só tenha muitas referências negativas do antigo WoD. Mas que o sistema e o cenário acaba facilitando um pouco mais atitudes como essas, ah... convenhamos, facilitava sim.

httblyonn

Eu peguei muito pouco do oWoD, logo na sua fase final, então não tenho muito a acrescentar e também não consegui sentir falta de nada além de uns 2 ou 3 amigos que não jogam nWoD!!!

Abs a todos!!!

xidrinx

Eu curtia muita coisa, a pluradidade dos personagens, dos clãs e tal, as intrigas, eu gostava da ambientação mesmo, a única coisa que eu realmente achei foda é que nesse novo não precisa tanto de guias pra poder ter um jogo bom, antigamente não era assim, isso torna até o jogo menos capitalista.

Eu gostei muito das ambientações antigas, acho que não vão aparecer mais no rpg uma cosmologia tão foda quanto a de lobisomem o apocalipse, tipo isso.

Mas hj em dia tb eu nem tenho tempo pra jogar, então fico mesmo só na opinião...

httblyonn

Nem me fala garoto!!!

kkkkk

Eu sofro muito hoje por só poder jogar em uma mesa real duas vzs por mês!!!

Aff..

Mas é isso aew..a net ajuda um pouco nesse ponto!!!

Chats de rpg são bons, mas não é a mesma coisa!!!!

Corifeuagourento

Tenho visto que uma grande leva de recém-chegados ainda estão ligados ao WoD 1.0, seria legal eles colocarem seu ponto de vista.

CBury

Eu vou colocar meu ponto de vista como uma jogadora que teve muita resistência para mudar de sistema.

Quando saiu o nMdT eu jogava vampiro, mago e changeling, tinha vários suplementos, tinha lido muuuuuita coisa e um dia simplesmente saí outro mundo em que eu vou ter que simplesmente 'jogar tudo fora' e começardo zero. Aprender regras de novo, e pra que? para continuar a jogar vampiro, mago, lobisomem, sendo que eu já conhecia os antigos, sabia tudo decor e estava satisfeita? Não é necessariamente uma questão de achar o outro um lixo, é meio que "mudar para que se esse está bom?".

Só me interessei pelo nMdT quando vi Promethean que era um jogo novo, único e que me interessou muito, e depois que já tinha aprendido as regras que pensei "agora não custa conhecer os outros jogos também".

Ainda não gosto da nova regra de combate corpo-a-corpo, rs, mas fora isso acabei gostando muito do sistema novo. Ele ganhou um lugarzinho entre meus preferidos. Mas não me desfaço dos meus livros antigos por nada. De vez enquando ainda dá um saudosismo. Quase 10 anos jogando o mesmo sistema, acho que a gente nunca se livra totalmente.

Corifeuagourento

Hmmm, taí, interessante idéia para movimentar o tópico.

Bom, eu tambémsou herdeiro do antigo WoD, e jogava bastante Vampiro e Changeling. Mago eu achava, embora interessante, muito abstrato e complicado para um grupo, e jogava Lobisomem via fórum, ainda que não simpatizassem com certos elementos, como o foco exagerado em culturas e esteriótipos - lobisomem beberrão e irlandez = Fianna, por exemplo.

Quando me apresentaram ao novo WoD, minha reação foi neutra. O sistema me parecia meio estranho. E o novo Vampiro parecia interessante, mas parecido com o antigo, então a princípio não me chamou tanto a atenção. Os demais lançamentos até pareceram promissores - especialmente oo novo Mago, ao qual eu não consigo entrar numa mesa duradoura, para meu azar, rs - mas foi o novo Changeling que realmente me chamou pro novo. Adorei, mas fiquei só na leitura.

Mais adiantes, um amigo meu chamou uma galera para tentar o novo Lobisomem, e eu comecei a curtir, ainda que ele empate com Vampiro no quesito de sistema "menos favorito". E mais adiante, m outro me chamou para finalmente jogar Lost, e aí é que eu me empolguei de fato.

SrCalavera

Primeiramente, saudações a todos do fórum!


Acabo de chegaraqui e me deparei com uma discussão que foi o motivo ter procurado/encontrado o MdT.com.

Sou um jogador atípico de Mundo das Trevas, sinceramente não é o sistema, ou cenário, que mais jogo. Tenho muito mais experiência como “mestre” de D&D do que como “narrador” de WoD, porém gosto de narrar algumas campanhas. Situação esta que ocorre há duas semanas.

Resolvi criar uma mesa de jogo, utilizando como sistema o manual básico do MdT (ou nMdT, sei lá) com personagens mortais e as histórias ambientadas no período da Primeira Cruzada (1095-1099).

A primeira sessão rolou numa boa, houve apenas um ligeiro combate com o lanceiro Wallace defendendo Lady Charlotte do ataque de dois lobos negros nas cercanias do bosque, e algumas jogadas e disputas de perícias dos outros personagens.

Gostei muito do sistema, achei mais simples (minha impressão apenas, ok) pois a parada de dados se tornou muito mais dinâmica.

Aliás, justamente aí que notei maior diferença. A equação:

PD = Atributo + Habilidade + Mod.Arma + Mod.Ocasião - Defesa – Blindagem

me pareceu mais direta para a conclusão de combates.

E........ justamente aí, que foi semeada a discórdia. Na segunda sessão de jogo houveram mais combates (afinal os cultistas pagãos de Nekrodegmōn estavam mostrando suas garras) e dois dos meus jogadores são “das antigas” e sempre jogaram a Máscara. Só que um deles chiou demaaaaaaais durante o jogo, o que atrapalhou minha narrativa pois era interrompido sempre por discussões de regras confrontando o “old school” com o “new school”, como por exemplo:

  • a dificuldade fixa,
  • o dano da arma que se tornou parte de uma parada de dados e não uma parada de dados independente,
  • e a defesa/esquiva

Só que pra mim isto tudo já estava bem resolvido, e além disso todos os outros jogadores (incluindo o outro “das antigas”) haviam aparentemente concordado, ou não se importado, com as “novas” regras.

O caso é este: muito chato um jogador na sua mesa reclamando o tempo todo de como um é bom, outro é ruim, como um faz sentido e o outro não, e o tempo todo buscando brechas nas regras mais escusas do jogo.

Resultado, mesa boring, novatos perdidos e jogadores mais pró-jogo se esforçando ao máximo para manter a narrativa. E eu, tentando atender a todos.

A conclusão é: Para mim não há discussão. Eu “mestro” D&D 4ed porque eu gostei das novidades e também porque eu já joguei muuuuuuuuito AD&D, D&D 3ed., eu narro nWoD porque gostei MUITO das modificações e também porque já narrei muito A Máscara. Porém, não deixo de jogar nada que apareça, inclusive eu jogo na mesa que este meu amigo old school narra, uma mesa de Vampiro A Máscara. Vai entender.

Afinal, o bom é jogar.

:D

Anthonys_kloger

Sr.Calavera. Concordo plenamente com seu ponto de vista:

Afinal, o bom é JOGAR!!!

Essa de ficarem discutindo edições/cenários/versão/regras é muito antiquado. Quando os RPGistas descobrirem a energia desperdiçada nestas discussões e redirecioná-la a divulgar nosso hobby como um todo, será tarde demais. Ao invés de ficarem discutindo besteira (quem é melhor que quem) deveriam correr atrás de organizar a comunidade rpgistica de suas cidades e mostrar ao mundo quão bom é o hobby.

Aqui em Natal temos este problema. Quase passei por um episódio que o Volmer passou. Também queriam impedir minha participação num evento de rpg por narrar o introdutório de Awakening para a mesa de jogo. Depois de muita discussão e inscistencia minha, me foi permitido, mas no final do ultimo corredor do evento. Fomos os ultimos a terminar a história e todos ao final do evento praticamente estavam assistindo nossa narrativa. Foi o melhor "tapa" na cara dos organizadores.

Agora que estão "engolindo" melhor a diferença, pois até teve uma mesa de Geist em algum lugar obscuro da cidade. Infelizmente fiquei sabendo da existência dela em sua ultima sessão e em horário ruim para locomoção pela cidade.

Temos que nos unir e não separar nossos grupos de jogadores.

rafahygino

Assino embaixo!

SrCalavera

Realmente Anthoys Klogger, a situação que você o Volmer passaram é muito ruim.
Já é tão difícil encontrarmos eventos de RPG, eu que o diga, aqui perto quase nada acontece.

Acho que é até contra o "espírito" de um evento de jogo. Ora, o evento é para JOGAR! E pessoas com esta postura vão contra esse ideal.

Acho que esses precisam fazer um Teste de Sanidade para ver se está tudo ok. xD

 

E...

Assino embaixo! (#2)

"Temos que nos unir e não separar nossos grupos de jogadores."

Avoloch

O jogo deve ser analisado de forma diferente:

 

O cenário mortal como básico ficou perfeito na minha opinião

o mesmo digo de lobisomem, que agora é uma verdadeira fera.

Vampiro ja digo que ficou menos carismático

mas eu mestrei uma mesa de vampiros e lobisomens disputando o0 mesmo território numa cidade, com 3 pcs lobisomens e 1 pc vampiro, ficou muito bom. Eles faziam alianças e intrigas, e resolviam mistérios dos dois mundos.

tuelho

eu tive muita resistencia , adorava o antigo lobisomem, mas bem, so comecei a jogar o novo em 2009, pq tinha muita resistencia mesmo. mas agora 80 por cento da galera das antigas tah jogando o novo, pelo menos por aki em valparaiso.

Felmaci

Experiência pessoal:

 

Acabei de ganhar o livro básico do novo Mundo das Trevas e sou um jogador "old school", costumava jogar Vampiro, Lobisomen, Mago e Changeling com a galera (cheguei a conhecer demônio também, mas não a jogar).

 

Eu *adorei* a ambientação do novo mundo das trevas, realmente era o tipo de coisa que eu estava querendo já faz um tempo e caiu como uma luva nas minhas ideías atuais de histórias, inclusive porque pretendo me concentrar em personagens mortais.

 

Só tenho duas ressalvas pessoas quanto ao novo mundo das trevas em questões puramente de sistema:

a) não gostei muito da mudança nos atributos, eu realmente sinto falta de percepção (ainda que considere raciocínio um substituto bom) e achei a inclusão de perseverança uma coisa meio away.

b) a dificuldade (número alvo) ter virado padrão em 8. Uma das vantagens da dificuldade ser variada era que eu podia mandar os jogadores rolarem os dados e não falá-la e eu contar na minha mente os sucessos e dar o resultado, de modo que eu não precisava ficar fazendo "jogadas secretas" (que são chatas) toda vez que eu queria que os jogadores não soubessem o quão bem eles tinham sido em algo.

Mas de resto, parece bom. Gostei da agilidade do combate.

malach

Eu tenho os livros do WoD 2.0 mas nunca tive gosto ou disposição para narrar uma história no sistema novo. Achei a simplificação extra na resolução das rolagens de dado, especialmente no combate, uma tentativa esquisita de aproximação com D&D (sistema que eu gosto, mas para um estilo de campanha completamente diferente).

Ainda tenho 2 campanhas do WoD original que são interligadas e que ocasionalmente narro (onde alguns poucos jogadores são anciões de 6ª geração da Camarilla e na outra um número maior de jogadores formam um bando do Sabá e os dois lados afetam a situação do cenário em Nova Iorque) e acho que funcionam melhor do que qualquer uma das poucas histórias que joguei usando o novo cenário e o novo sistema, até porque a preferência do meu grupo de jogo por tramas extremamente convolutas, conspirações a longo prazo e poderes espetaculares acabaram mantendo o interesse maior no cenário antigo.

 

Não acredito que exista certo ou errado em relação à escolha de um sistema de jogo mas com certeza existem os que possuem mais afinidade com um perfil de grupo de jogo.

Corifeuagourento

Simplificação beleza, malach, mas não vejo nenhuma semelhança relevante entre o novo sistema e o do D&D.

Pelo contrário, uma vez que o primeiro é bem mais ágil. E mortal, aliás.

Corifeuagourento

Por isso mesmo. Acabo de voltar de uma sessão de D&D. O que eu tive de rolar dado não foi brincadeira. É teste de ataque, dano, saving throw...

malach

Eu e meu grupo de jogo realmente não esquentamos de rolar dados.

 

Quando eu comentei a aproximação no combate com D&D foi esse esquema de cálculo onde apenas o atacante rola os dados sendo que sua chance de sucesso é reduzida da Defesa+Blindagem do alvo, se não me engano, em um esquema estilo AB e AC do D&D. O esquema de dano é completamente diferente e pôde ser determinado de forma mais simples porque os personagens do WoD não possuem 1 gazilhão de pontos de vida, mas o que eu tenho de jogadores que reclamam de não ter chance de se defender com uma rolagem oposta não está no gibi.

 

E não gostei do conceito de potência do sangue, com esse esquema de gangorra que quanto mais poderoso o camarada fica mais difícil é para ele manter esse poder, já que aumentam as chances de torpor e consequentemente a redução da potência de sangue.

 

Acho que fiquei mal acostumado com a versão antiga onde um vampiro ficava cada vez mais poderoso conforme envelhecia, ou na pior das hipóteses mantinha o mesmo poder após um torpor.

Corifeuagourento

Bom, o Réquiem não é meu favorito dos jogos da 2ª versão do Mundo das Trevas (Despertar e Os Perdidos são os que mais gosto), mas essa idéia da Potência de Sangue cobrar um preço pesado foi uma das melhores coisas, pois ajuda a renovar e sacudir a pesada e estagna intriga dos vampiros. 

malach

Eu já gosto muito da intriga e da estrutura de poder cristalizada e opressora do antigo cenário, com o esquema de o manipulador de um momento sendo o peão de outro. Acho bastante divertido isso e força os jogadores a pensar de uma forma diferente na abordagem dos problemas ou enfrentarem consequências gravíssimas.

malach

Mas antigamente também haviam custos para ser mega poderoso: vários inimigos igualmente perigosos, diversas perturbações e valores de trilha muito baixos que limitavam bastante sua atuação direta entre os mortais.

 

Fora que todo jogador que passava a encarar o vampiro antigo dele como uma espécie de personagem de comics americanos com presas acabava rapidamente encontrando a Morte Final eplos esquemas intrincados de outros vampiros.

 

Mas tenho de admitir que também tenho um pouco de preconceito com a mudança do sistema que para mim era bom do jeito que estava; adquiri os novos livros, nunca narrei e só joguei umas poucas sessões de jogo (mas o Narrador parecia gostar de orientar muito o jogo para a pancadaria) que me causaram uma má impressão. Talvez seja o caso de eu mesmo tentar narrar alguma crônica para perder o preconceito, mas como o tempo é escasso e eu tenho 1 campanha de D&D e 2 de VTM para concluir a idéia de uma crônica no sistema novo fica na gaveta por enquanto.

xisdeman

Eu, diferente da maioria, sou um jogador novo de Vampiro com preconceito com o nWoD XD

Mas não é questão de "ah, o velho é melhor e bla bal bla". Como cheguei já no fim do Mundo das Trevas, e li tanto sobre o cenário, queria jogar pelo menos algumas crônicas do old world antes de migrar pro novo. Com D&D, que eu já jogava a tempos, não tive nenhum problema em migrar do 3.5 pro 4.0, só não quis fazer essa migração no Storyteller por achar que não tinha aproveitado ainda o suficiente do velho mundo.

httblyonn

Xisdeman, eu passei pela mesma situação!

Mas comecei a jogar o novo, sem parar com o antigo. Acredito que não precisa-se de abandonar um sistema para aceitar o outro!

Com isso em mente, eu comecei a jogar ambos e minha migração ocorreu de forma natural!

Quando me dei conta, já estava "preferindo" jogar o novo!

Mas as vezes ainda tenho recaídas e volto na Máscara!

É isso! Boa sorte na migração (se ela acontecer, é claro).

E acima de tudo, boas mesas!!!

Zender

Fiquei sabendo que eles vão voltar a publicar material pra antigo mundo das trevas , e que vão voltar com todos os livros básicos do mundo das trevas pras prateleiras mas com regras revisadas , ou seja ressuscitar o velho mundo das trevas , isso procede?

Corifeuagourento

Por ora, parece que o que acontece mesmo é relançar edições comemorativas, não necessariamente o antigo Mundo das Trevas.

Nada contra relançarem livros sobre as edições antigas aqui e acolá, desde que o 2.0 não seja esquecido.

valgleyson

caras eu jogos rpg deste os 14 anos ja joguei rpg bons e ruins  o novo mundo das trevas ta muito bom mais q pena q as novas regras estão estragando o jogo principalmente a regra de evolução na minha opinão a storyteller deveria refazer as regras

manny

Eu vi muita resistencia com isso. Tenho gente que jogava vampiro e que esculacha muito o requiem, ou ainda o novo mundo das trevas. sinceramente, eu sei o que eles estão perdendo, mas não deixo me abalar. Muitos narradores e jogadores se acostumaram a plots de escala mundial, e de terem todas as respostas em troncentos suplementos por mais absurdo que seja.

Eu adorei o novo livro, pq ele incentiva a você dar explicações, a você criar suas origens e seus plots. Ou seja, ele obriga a você ser criativo, os seus sumplementos trazem mais conceitos e rumores do que perguntas respondidas, os jogadores nunca sabem o que pode ser ou o que esperar, e isso deixa muito jogador puto, e muito narrador limitado (ou simplismente comodista) tambem

Glaubercss

Pessoal concordo plenamente com vocês. Faço parte de um grupo da "velha guarda" onde o narrador principal do nosso grupo abonima o nWoD, demorei até para ver como ficou o novo jogo por conta disso, mas nas ultimas semanas tirei um tempo para pesquisar um pouco sobre o nWoD e particulamente gostei bastante principalmente por que pelo o que eu pude ver reduz bastante a quantidade de rolagem de dados o que da mais tempo para jogo em se.