Andarilhos das Trevas
Território dos Andarilhos da Noite
Parque do Horto Florestal
Com toda certeza esse é o ponto mais importante do território dos Andarilhos da Noite e a razão pela matilha ter perdido quase que sua totalidade de integrantes no auge das Guerras Factícias. Isso se deve não somente por ser um “bolsão verde” na periferia da metrópole de São Paulo, mas por se encontrar ali um Loci poderoso de nível 4, fazer fronteira com uma perigosa matilha dos Puros e principalmente por se encontrar em seu cerne a Corte do Pinheiro Barrigudo, lar de inúmeros espíritos vegetais e animais.
Localização
O Parque Estadual Albert Löefgren (ou Horto Florestal como é mais conhecido), se encontra quase no extremo norte da cidade de São Paulo, com seu complexo iniciando a Serra da Cantareira (onde se encontra o Parque da Cantareira).
Sua enorme área verde valorizou muita a região, sendo uma das áreas mais arborizadas de São Paulo. Casas de alto valor imobiliário circundam parte do parque, onde a segurança paga traz um certo grau de segurança aos seus moradores. O contrário também pode ser dito, com bairros mais perigosos que se encontram em sua mediação, como a do Peri, mais densamente povoada e da perigosa Favela do Flamengo, onde o narcotráfico domina seus moradores.
Um dos maiores problemas enfrentados pelos Andarilhos da Noite, entretanto não são os perigosos bandidos da Favela do Flamengo e sim uma forte matilha de Puros que se estabeleceram no Parque da Cantareira. Pouco se sabe sobre eles, pois aqueles que conseguiram ser capturados morriam sem entregar o resto de sua matilha. Sabe-se, entretanto que seu grupo possui um número considerável de integrantes, com seguramente mais de dez membros.
Se sua presença, enquanto os Andarilhos da Noite eram uma matilha experiente e grande, era presente, agora que a nova matilha tem em sua quase totalidade Urathas novos e recém transformados, os Puros se tornaram uma ameaça ainda maior, sendo talvez o pior inimigo da matilha local.
Excursões deles ficam cada vez mais comuns e se seus planos se consolidarem, em breve o Parque do Horto se englobará em seu, já imenso, território.
Histórico
O Parque do Horto florestal foi fundado no final do século 19, quando o antigo engenho da Pedra Branca foi desapropriado, dando lugar ao Horto Botânico. O Horto Botânico tornou-se a base para a criação do Serviço Florestal, hoje Instituto Florestal, órgão vinculado a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.
Apesar de ser uma área importante em sua inauguração pela sua área selvagem, sua importância aos Urathas se deu há algumas décadas atrás, quando suas margens passaram a ser povoada e o progresso trouxe uma enorme quantidade de moradores humanos (culminando com o desflorestamento e êxodo da fauna da região).
Dessa forma o Horto Florestal se transformou em uma “ilha da natureza semi-intocada” em meio à enorme metrópole paulista. Dessa forma, o sentimento de preservação dos moradores locais gerou um forte apelo no mundo espiritual, transformando seu interior em um forte Loci de nível 4, o que atraiu a atenção de inúmeras matilhas de lobisomens.
Importante espaço de lazer e cultura o parque ocupa uma área de 174 alqueires, oferecendo aos seus visitantes um contato direto com a natureza, através de fauna e flora diversificadas. Além disso, conta com palco para eventos, área de piquenique, playground, pista de cooper, equipamentos de ginástica, bicas de água potável, lagos e o Museu Florestal. Abriga, ainda, o Palácio de Verão do Governo do Estado, além das sedes da Policia Militar e Polícia Florestal do Estado.
Reino das Sombras
Para se acessar o Reino das Sombras através do Horto é necessário se aproximar de um de seus enormes lagos.
Dentro do Reino das Sombras, o cenário muito se assemelha ao do mundo físico em modo geral, mas os pequenos pontos que a diferem se tornam muito marcantes. Primeiramente a serenidade impera sem a presença exacerbada dos humanos. As árvores aqui são mais robustas e mais altas, mas suas folhas e caules tendem a ter uma coloração mais acinzentada, pois infelizmente o toque do progresso vem aos poucos alimentando-as com essências de poluição, concreto e de outros elementos das construções que a circulam.
As áreas predominadas por arvores muito se estendem para fora do parque, alcançando locais em que no mundo físico já se encontram com áreas construídas por moradias, essas, entretanto que ainda não marcadas com sua presença no mundo espiritual. Infelizmente tais árvores que não possuem sua contraparte no mundo terreno vem morrendo aos poucos e a forma como elas se apresentam agora (negras e com um aspecto ameaçador) mostram que sua existência em breve se extinguirá.
Isso se tornou um problema ao se caminhar em suas áreas no mundo espiritual, pois mesmo fazendo parte da Corte do Pinheiro Barrigudo, o qual possui um acordo com os Andarilhos de paz provisória, tais espíritos possuem um alto grau de agressividade gerada pelo consumo de Essência destoante, o que os fazem atacar qualquer ser que se aproxime em busca de alimento.
O parque do Horto foi criado para trazer ao público um local de paz e tranqüilidade frente à natureza cada vez mais devastada pelo homem. Por essa razão a grande maioria de seus freqüentadores procuram o Horto em busca de serenidade em volto de alguma atividade recreativa, seja ela jogar bola nos dois campos de futebol construídos ali, fazer caminhadas em meio a um local com o ar mais puro, trazer as crianças para brincarem ou um ponto de encontro para namoros.
Dessa forma a ressonância esperada no local é a da tranqüilidade, algo muito prezado pelos habitantes espirituais que ali se encontram em sua maioria, que procuram nessa área fugirem das garras cada vez mais predatórias da civilização.
Infelizmente nem todos os freqüentadores do parque procuram tais objetivos. Algumas pessoas usam do parque como um encontro para venda de drogas, uso para praticas como estupros ou pedofilia, ou simplesmente deixam aflorar discussões que culminam em brigas e confusões. Essa é uma das razões mais importantes para que os Andarilhos passem a vigiar com olhos mais atentos ao que acontece dentro do parque, principalmente na região próxima ao Loci.
Felizmente o trabalho realizado pelos Urathas ao longo das décadas tem surgido um efeito mais positivo do que negativo, e os espíritos da região sabem muito bem disso. Fato esse que é marcado pelo acordo com o poderoso Pinheiro Barrigudo.
Pelo fato da ressonância da tranqüilidade ser efetiva na região, os Andarilhos da Noite tentam marcar suas entrevistas com a Corte na margem do lago, o que lhes proporcionam um bônus de +1 em testes envolvendo negociar ou pacificar seus integrantes.
Ficou formado também um acordo entre a Corte do Pinheiro Barrigudo e os Andarilhos da Noite da quantidade em que cada criatura poderia retirar de Essência do local. Nesse acordo ficou estabelecido que a matilha poderia ser paga com um ponto de essência por noite e que os demais pontos deveriam ser divididos entre todas as criaturas espirituais da região, sem que sua força fosse exaurida.
O policiamento disso ficou a cargo da Tartaruga Cascuda e dos espíritos dos quelônios que a acompanham. Caso o acordo fosse quebrado, caberia aos Urathas tomarem uma providência mais enérgica, o que felizmente dificilmente ocorre.
Os Espíritos
Alem dos inúmeros espíritos da natureza que se encontram na região, uma importante corte se estabeleceu na província do Horto. A Corte do Pinheiro Barrigudo como é conhecido o aglomerado de espíritos da flora da região é lar dos espíritos de eucaliptos, pinheiros e criptomerias, além dos exóticos carvalhos, jatobás e dos imponentes Pau Brasil, e englobam não somente os espíritos de árvores dentro do parque, mas também das áreas próximas como as do complexo da policia militar e dos bairros próximos.
A Corte do Pinheiro Barrigudo se formou há poucas décadas atrás, como uma dissidente da enorme Corte da Grande Sombra, que englobava todos os espíritos das árvores da Serra da Cantareira.
Não se sabe muito bem o que levou aos espíritos liderados pelo enorme Pinheiro Barrigudo a se afastarem de seus irmãos, mas alguns Ithaeurs creditam que o fato do contínuo contato com a civilização destôo por demais a forma como esse grupo passou a ver a sociedade espiritual, fazendo com que almejassem metas divergentes.
Uma guerra espiritual se formou na região entre a Corte da Grande Sombra e a do Pinheiro Barrigudo que trouxe certos abalos sentidos no mundo físico, forçando a formação da primeira matilha dos Andarilhos da Noite, que ao tomar parte do combate se aliou aos espíritos do Horto.
Essa aliança proporcionou uma ajuda mútua dos dois grupos. Enquanto os Andarilhos se propuseram a proteger as divisas do Horto contra os fortes espíritos da Grande Sombra, os espíritos liderados pelo Pinheiro Barrigudo se encobriam de proteger e alertar os Urathas da região sobre possíveis incursões de seus inimigos (principalmente dos Puros, aliados a Corte da Grande Sobra). Dessa forma, adentrar de um território a outro, tornou uma ameaça tanto no plano terreno quanto no espiritual.
Além dos espíritos de arvores mencionados, três outros grandes grupos espirituais se encontram na região. Um deles é o dos macacos-prego liderados pelo ágil e não muito confiável Cabeça de Martelo, que tem seu juramento de lealdade em torno das duas grandes Cortes da região. Apesar de sua ajuda não ser certa, os Urathas aprenderam que é melhor deixá-lo próximo de si para melhor poderem avaliar seus inimigos.
Protetoras da entrada espiritual do Loci do Horto encontram-se os espíritos da Tartaruga Cascuda, um enorme espírito que vem aumentando seu poder e influencia no decorrer dos últimos anos, quando uma quantidade cada vez maior desses anfíbios vem aparecendo no lago do parque. Apesar de relativamente nova, Tartaruga Cascuda e suas aliadas formam uma formidável primeira barreira contra incursões inimigas.
Outro espírito de destaque no parque é a da Capivara de Presas, um enorme roedor que possui dois pares paralelos de incisivos, dando a impressão de se formarem enormes caninos. Não muito inteligentes (pelo menos aos padrões estabelecidos pelos Ithaeurs) as capivaras do parque ajudam a patrulhar a região e já tiveram uma vez um de seus membros liderando como totem a matilha. Alem disso, por fazerem parte da Corte dos Roedores de Aço, por muitas vezes chegam ao seu conhecimento noticias de incursões de Beshilus.
Centenas de outros espíritos de animais, incluindo aves e peixes povoam o parque, mas sua presença não possui a liderança de um espírito forte no local, não possuindo assim o destaque das demais. Espíritos emotivos também surgem no parque, desde os mais pacíficos relacionados à tranqüilidade que o parque proporciona aos seus freqüentadores, até os mais sombrios relacionados aos perigos que uma mata fechada pode proporcionar.
Dentre os espíritos emotivos de destaque encontram-se o do Medo e da Escuridão. Apesar de suas ações se voltarem a aspectos negativos, é de suma importância que sua presença continue presente nas bordas do parque, evitando dessa forma a entrada de humanos em áreas importantes para os Andarilhos.
Bairro do Peri e complexo da Favela do Flamengo
De todo o território dos Andarilhos da Noite, sem sombra de dúvidas essa é a região mais perigosa que a matilha pode vir a percorrer, não somente no mundo físico, em que traficantes dominam grande parte da região, quanto também no reino das sombras, em que poderosos e malignos espíritos espreitam em cada canto da área.
Localização e História
O bairro do Peri encontra-se mais a sudoeste do parque do horto florestal, em uma parte denominada “Pé da serra”. Sua fama de local perigoso se fez praticamente desde sua formação há algumas décadas atrás, quando famílias de mais baixa renda foram fixando-se com suas casas humildes nas encostas dos morros.
Hoje, com a área totalmente urbanizada, muitas casas construídas na região passaram a um estado mais “habitável”, principalmente aquelas que beiram as ruas principais. Infelizmente o mesmo não pode ser dito dos locais mais afastados e principalmente do seu vale, aonde a prosperidade nunca chegou e um complexo de barracos foram erguidos levando a formação da perigosa Favela do Flamengo.
Adentrar nessa enorme bacia do crime é perigoso e moradores das regiões próximas evitam a área. A polícia também faz o mesmo, só percorrendo a região sob forte escolta quando algum acontecimento de grande repercussão agita a mídia (o que raramente ocorre). Dessa forma, com a proteção geográfica, dos moradores da região (que tem medo de sair de suas casas ao anoitecer e evitam relatar o que acontece em seu bairro) e a falta de um policiamento levou a rede criminosa a prosperarem.
Benefícios: Adquirir as vantagens Contatos e Aliados criminosos na região custam 1 ponto a menos em seu custo. Equipamentos roubados e de venda proibida, drogas e outros objetos ilícitos podem ser comprados na região com um custo de • a menos do que o encontrado em outros locais.
Reino das Sombras
A urbanização desenfreada levou a um desflorestamento total da região afastando conseqüentemente todos os animais do local. Sua contraparte no mundo das sombras tentou manter-se vida, mas o esforço foi em vão levando a destruição ou êxodo de todos os espíritos de criaturas vivas no local.
O que se forma agora é uma área desolada e sem vida. As encostas dos morros que seguem para os pontos mais altos do bairro do Peri ou que ligam até a região do horto formaram um enorme descampado árido e sem vida, e no vale do bairro ergueu-se um mortal labirinto vivo de barracos.
A palavra “labirinto” aqui deixa de ser uma forma figurativa sendo muito mais real do que se possa imaginar. Os inúmeros corredores estreitos, cercados por altas construções de barracos espalham-se sobre uma área de mais de quatro quilômetros quadrados refletindo a imagem que a maioria das pessoas tem sobre a região.
Mesmo os mais experientes membros dos Andarilhos da Noite evitam adentrar nessa área, pois conseguir sair dali é uma tarefa tanto complicada quanto mortal. Em termos de jogo, o jogador deverá realizar um teste contínuo de Sobrevivência + Raciocínio, acumulando 15 sucessos para encontrar uma a saída do labirinto, ou acumulando 30 sucessos para se encontrar uma área especifica. Conhecer a região pode conceder um bônus de +2 aos participantes. Cada jogada desprende do jogador 20 minutos o qual podem ser atacados por alguns dos espíritos da região.
Dois Locis são conhecidos ali. Um adentrando o Bar do Baiano, na periferia leste da Favela do Flamengo, onde uma mistura de trabalhadores honestos e humildes, bandidos de alta periculosidade e até mesmo garotas de programa se encontram. Seu proprietário (conhecido apenas como Baiano) manteve o local aberto por anos, sendo protegido pela rede de criminosos locais por manter um estabelecimento de diversão para os moradores da região.
Baiano se mantém totalmente neutro dentro do que ocorre em seu bar o que lhe proporcionou continuar vivo até hoje e trabalhando. Isento de atividades ilegais o que o Baiano faz é apenas servir bem seus clientes e fechar os olhos para tudo o que ocorre ali dentro.
Adentrar no mundo das sombras pelo bar do baiano foi raramente utilizado por seu um local público e muito movimentado, mas caso seja necessário, a porta de entrada é uma enorme peixeira pendurada atrás do balcão o qual Baiano diz ter pertencido a seu avô. Esse Loci é fraco e de apenas nível 1 e emana uma ressonância de violência e intoxicação (o que alerta dos perigos que irão ser encontrados em sua contraparte no Reino das Sombras).
A segunda forma de se adentrar no Reino das Sombras aqui é também através de um lócus de nível 1 encontrado na encosta norte da Favela do Flamengo, beirando o inicio da Serra da Cantareira, que ficou conhecida e temida pelos assassinatos que ocorrem ali.
O Lixão, como é conhecido o local onde traficantes deixam os corpos mortos daqueles assassinados em rixas atraiu o medo de todos que passam por ali, sendo uma área muito evitada por todos (o que de certa forma ajuda aos Urathas a atravessarem o dromo por ali, em caso de extrema urgência). Uma enorme cruz erguida no local para marcar a morte de um importante traficante da região se transformou na entrada do Loci, atraindo espíritos da violência, morte, medo e desespero.
Os Espíritos
Acordos e pactos nessa região são praticamente impossíveis, e cruzar com algum espírito daqui é quase 100% de certeza de combate. Durante anos os Andarilhos da Noite tentaram, sem sucesso, libertar a região das criaturas abissais que aqui habitam, mas seu trabalho foi sempre em vão graças à violência que cerca a Favela do Flamengo.
O que se propôs então foi vigiar para que tais criaturas do mal permanecessem dentro de seus domínios, uma tarefa árdua e muitas vezes... improdutiva. Não é de se admirar que dali são relatados inúmeros casos de possuídos, humanos que possuem seus atos controlados por espíritos violentos ou até mesmo dominados completamente para realizarem os atos vis de sua espécie.
Não existe uma corte muito bem formada na região, pois assim como no mundo físico em que a liderança dos criminosos é passada para novos integrantes depois da morte do chefe do crime local com rotina, os espíritos daqui acabam sendo guiados por explosões de guerra que culminam com a formação de um novo líder no feudo.
Nos últimos anos, a palavra final no Reino das Sombras na região vem D’aquele que trás a Morte, um poderoso espírito da violência e do Pó, um outro influente espírito da toxicidade. Os dois seres sempre almejaram o controle final da região, mas acharam mais prudente somarem suas forças e influências para assim controlar os demais espíritos subalternos.
Os jogos de poder em que os dois espíritos fazem parte é perigoso e seus objetivos vão alem da compreensão dos Urathas. Sabe-se, entretanto que suas metas são traçadas para aumentar seu poder tentando englobar uma região cada vez maior até chegarem a seus rivais em outros bairros perigosos da periferia da cidade.