Intruders: Encounters with the Abyss

por Hentges em

Uma não-resenha a respeito de um dos ótimos suplementos de Mago: O Despertar.

E então, Cthulhu fechou seus tentáculos sobre o Mundo das Trevas… Existe um suplemento perfeito para os narradores que são fãs dos Mitos e do cenário da White Wolf. Não é o Antagonists, com sua excelente descrição de cultos e cultistas, nem o interessante Second Sight, com um capítulo sobre poderes concedidos por divindades cósmicas em troca de tarefas horrendas (ainda que ambos sejam ótimos livros). Intruders: Encounters with the Abyss é o que eu (e quem sabe você) estava procurando.

O Abismo, em poucas palavras, é o caos essencial onde habita tudo o que não é. Ao longo de cerca de cinqüenta páginas ficamos sabendo a seu respeito e do indizível que lá inexiste (porque existir não é um conceito que se aplica aos que do Abismo partem para fustigar os mundos).

Como descrever o indizível, de que forma ele pode irromper em uma crônica, como sua manifestação perniciosa racha a realidade, quais são os servos em potencial, como a estranheza, alienação e horror que desperta podem ser levadas para a mesa de jogo? Isso é apenas parte do que é respondido no primeiro capítulo de Intruders.

Nas páginas seguintes são descritas vinte e quatro manifestações abissais. Ali temos seu nome, ou nomes, um trecho de ficção para aclimatação, descrição, as formas que a entidade usa para chegar ao mundo físico, os resultados que isso comumente provoca na realidade, modos de banimento e o que uma pesquisa a respeito pode revelar, ganchos para histórias e, por fim, estatísticas.

Em um trecho especialmente interessante, o texto estabelece um paralelo entre as entidades do Abismo e as criaturas dos Mitos. Além de apontar formas para que se tire o melhor proveito possível dos trabalhos de Lovecraft, também existem indicações de como subverter as expectativas de jogadores excessivamente a par do tema (e, por óbvia conseqüência, com baixa Sanidade).

Originalmente, Intruders é um suplemento para Mage: The Awakening. Entretanto, eu o comprei como um “Livro dos Monstros” para Hunter: The Vigil, meu favorito da nova linha do Mundo das Trevas. Estou plenamente satisfeito com a ousadia.