Bem vindo ao clube

por VCarity em

Essa é uma crônica que não tive a chance de acabar, narrei há um tempo e espero que vocês gostem. Quando comecei a escrevê-la mudei muitos detalhes e ela está bem diferente da original. Uma grande inspiração para essa crônica foi à série em quadrinhos Casa dos Mistérios que é atualmente publicada na Vertigo no Brasil, mas acho que a crônica é bem diferente do conteúdo do quadrinho. Como no suplemento Lugares Misteriosos não irei definir cidade alguma, ela também serve para ser utilizada em qualquer época no meu ponto de vista. Este é um cenário que utiliza um pouco de ficção cientifica, paranóia e misticismo. Aqui vão uma série de idéias que tive.

Introdução
Um bar é um lugar para proporcionar conforto, fazer amigos e livrar-nos das tristezas que nos afligem, um lugar em que todos podem relaxar e por um momento sentirem-se em paz como se nada no mundo pudesse nos abalar, não é? É um lugar para reunir pessoas de diferentes personalidades por diferentes razões. O que aconteceria se esse lugar fosse algo mais? E o que poderia deixá-lo tão especial? Ele é o lar dos sem rumo.
 “É noite e você está sozinho, não possui amigos para quem possa ligar ou algum familiar em que possa confiar. Tudo o que possui é uma cama vazia na companhia do frio na esperança de algum aconchego, nada se ouve além das sirenes em algum local próximo, mas são tão comuns que nem lhe incomodam mais. Se aproxima da janela enquanto observa a escuridão lá embaixo um pobre coitado revira o lixo na esperança de encontrar algo que estenda sua vida mais um pouco. Então você levanta a cabeça e olha as estrelas e se lembra, se lembra de como brigou com seu chefe no trabalho, de como perdeu o emprego, de como foi abandonado pela única pessoa que já significou algo em sua vida. Tomado pela tristeza você resolve sair de casa, sair e talvez não voltar. Andando incontáveis horas através de becos escuros e imundos como se os cantos esquecidos da grande cidade formassem um labirinto você chega a um local, um local um tanto peculiar, não possui nome ou nenhum outro sinal de identificação, pela porta e janelas do lugar escapam alguns feixes de luz, você escuta pessoas rindo uma música familiar e talvez a promessa de um conforto que não se tem há tempos. Então você resolve passar por aquela porta velha cercada de antigos tijolos de concreto e lentamente ao abrir a porta você se sente entrando em outro mundo, as pessoas te notam ao entrar, recebe um ótimo atendimento, e entre sorrisos amigáveis e expressões de felicidade você se depara com um antigo Jukebox. Você se aproxima do aparelho e entre as músicas seus olhos se fixam na faixa Hey Jude dos Beatles, você nunca gostou das musicas da banda, mas pensa como é engraçado o fato delas nunca saírem da sua cabeça enquanto escuta os primeiros versos da canção - Hey, Jude, don't make it bad, take a sad song and make it better – o seu mundo se transforma e talvez esse seja o melhor momento de sua vida, todos no local cantam junto ao final da canção e naquele momento você estava realmente feliz. Na outra noite retorna ao local e se diverte, e na outra repete a idéia, e na próxima e de novo , de novo e de novo...”
O local
Você pode fazer o local da maneira que quiser, sempre costumo o imaginar de maneiras diferentes, às vezes imagino uma porta no porão de algum prédio antigo, outras uma casa simples na qual as pessoas simplesmente se reúnem. O local não aparenta ter alguma estrutura de funcionários. Somente a barman, a garçonete e a faxineira, novamente não as nomeie propositalmente para que os nomes possam variar a depender do local aonde vai se passará à crônica. Como todo local em que se reúnem pessoas circulam diferentes histórias, que no geral aparentam serem meras proposições, mas é muito peculiar quando se começa a prestar atenção e às vezes percebe a trindade de funcionárias sendo chamada por diferentes nomes. As pessoas do local gostam de contar histórias, mas às vezes às perguntas começam a ficar muito curiosas e alguém não parece gostar disso.
O interessante é quando os personagens começam a prestar atenção no local, a começar pelo jeito das pessoas algumas parecem não pertencer à época atual com roupas antiquadas, outras falam idiomas diferentes e algumas possuem costumes totalmente estranhos. Então os personagens percebem, que algumas das pessoas que viam freqüentar simplesmente deixaram de aparecer por lá, mas como? O impulso de estar sempre presente por lá é muito grande. Você sempre vai estar lá as 20h00min e sempre sairá as 1h00min. Para chegar ao local tem que se ter perdido o rumo, séria bem legal dizer que o bar existe em  tempos e lugares diferentes. Uma vez que se entra lá sabe-se sempre o caminho de volta ,mas não é possível levar amigos eles provavelmente se perderiam de você no caminho é provável que os jogadores se conheçam lá dentro
Lavagem Cerebral
De fato os personagens são sempre atraídos de volta ao local não importando a razão, mas podem tentar resistir com um teste reflexo de Perseverança + Raciocínio ou Perseverança + Vigor; não é possível ocorrerem falhas dramáticas; Em caso de sucesso os personagens resistiram trinta minutos para cada sucesso a um máximo de duas horas e meia.
As músicas
Toda vez que uma música é colocada no Jukebox os personagens vivenciarão algo com relação à música, como na história da introdução quando a música dizia para pegar uma história triste a torná-la feliz. Então acontece mais é apenas uma sensação de ilusão, porém faz com que os personagens fiquem presos ao local. Mas nem tudo são flores e logo a ilusão vai acabando, muitas das histórias acabam tendo um final totalmente diferente, o personagem da introdução por exemplo poderia ter cometido suicídio se atirando da varanda de seu apartamento.
Toda vez que os personagens presenciarem uma história, no final eles ganharam algum objeto de certo valor sentimental, então é altamente recomendado que sejam sempre os jogadores quem escolhem as músicas, assim só eles verão o tal objeto que logo séria recolhido por um dos personagens e funcionária como “pagamento”.
Um jeito interessante de influenciar os jogadores, séria toda vez que perguntassem algo a algum personagem do narrador e ele pedisse para que os jogadores colocassem alguma música com relação ao que ele iria contar. Somente os personagens presenciariam o momento e ninguém mais parece notar o que acontece como se as outras pessoas estivessem hipnotizadas
As funcionárias
A equipe das funcionárias fora propositalmente escolhida como três mulheres, para que lembrem àquela idéia das três bruxas, cada uma delas teria um atributo principal e preferência por tipos de habilidade exemplo; mental/mental, físico/físico e social/social. Sempre se mostram amigáveis e prestativas criando um sentimento de confiança com todos.
As Histórias
Como explicado anteriormente às histórias teriam como bases diferentes canções, que só dependem de sua criatividade na maneira que vai utilizá-las. Um detalhe interessante é que o Jukebox aparenta ter todos os tipos de música independentes da época, isso me faz pensar o que poderia acontecer caso alguém escolhesse Angel of Death do Slayer ou a música tema do filme Back to the Future (De Volta Para o Futuro), pois poderia ser algo que já começaria causando danos e como o problema sempre se agrava, séria muita estupidez utilizar essa música sem que a crônica ficasse caótica e sem controle. Narradores fiquem atentos com as musicas que as pessoas ao redor do local irão pedir é importante que mantenham as histórias o mais equilibradas possíveis fazendo os problemas se agravarem com o tempo em que os jogadores freqüentam o local.
Os diferentes contos podem muito bem ser divididos em várias partes, o limite é apenas a criatividade. O que eu acho mais bacana dessa idéia é se por exemplo tivéssemos uma fabula por capitulo de jogo, os jogadores nunca saberiam o que esperar pois sempre pode vir uma história diferente, algumas que eles vão gostar outras que você podem ficar muito ruim. O importante é que todas elas se juntem a trama principal
Possíveis Conclusões
A idéia basicamente é que a bruxa de três personalidade, isso mesmo as funcionárias atraem as pessoas para o local, fazendo com elas o que bem entendem e quando uma pessoa que freqüentava o local some, ela estaria morta e se ela morreu devido ao problema da musica que se agravou ela séria contada como um sacrifício, algo maior que as tríade estaria planejando é interessante que esse fatos sejam passados através de fofocas de maneira mais sutil possível.
Para acabar com os problemas talvez os jogadores tivessem que matá-las, destruir o Jukebox que poderia ser parte de uma maquina ainda maior, ou demolir todo o local, mas será que sua consciência viciada deixá-los-ia praticar qualquer um desses atos? É interessante também dizer que os fregueses do local talvez não gostem da idéia dos jogadores.
Tentem evitar que destruam a maquina, no final dessa crônica eu sempre imaginei alguma confusão em relação ao local, que deixaria o ambiente todo bagunçado, mesas e garrafa quebradas, pessoas machucadas e etc.. E ai quando os jogadores muito cansados se levantassem entraria um homem bem arrumado em um terno cinza com um grande sorriso na cara com a luz do dia reluzindo do lado de fora e ele falaria algo do tipo – Estou aqui para recuperar algo, digam-me vocês não teriam visto uma Jukebox teriam? – o que daria um bom gancho para continuar, mas novamente sinta-se a vontade para alterar o que quiserem.
Quando pensei nessa crônica só queria algo que gerasse curiosidade, que divertisse todo mundo nas mesa e que fossem problemas mais reservados sem termos que ir para conspirações globais e problemas que poderiam resultar na destruição do mundo, algo simples e que pudesse ser tão sério quanto qualquer vilão criatura ou coisa terrível. Sempre mantendo o equilíbrio, que vai ficando cada vez mais caótico, aumentando os problemas e sempre tudo ocorrendo dentro do lugar, os mais diversos tipos de eventos.