Lua de sangue Capitulo 1

por luadesangue em

Prologo: "Esperei décadas pra te encontrar, e quando te encontrei, você fez despertar em mim, algo que eu sempre escondi... O monstro dentro de mim parece estar adormecido, mas pra continuar ter você aqui comigo eu romperia a barreira dos vivos..."


           Eu batia os dedos impacientemente na ponta da mesa de madeira em que estava sentada, olhando fixamente para o relógio, que parecia não querer passar os minutos. Tédio, era a palavra que mais definia esse momento de impaciência. Minha professora dava aula com bastante cautela e cuidado com as palavras que dizia, sua voz ecoava na sala quase que vazia. Sobraram poucos alunos depois das muitas mortes na cidade, Fells agora era cidade muito perigosa, e muitos dos moradores foram para outras cidades com medo do Serial killer que estava assombrando a cidade.
          Desde então todos os dias na escola eram monótonos. Eu não tinha opção, quer dizer, eu não tinha medo do que poderia acontecer comigo. Minha situação não era uma das melhores para que eu pudesse desejar continuar vivendo. Louca? Sim, sou um pouco, mas quem não é? As pessoas se julgam “normais”, mas não existe um padrão de “normalidade”, não existem pessoas que se comportem exatamente do mesmo jeito, cada uma tem sua personalidade, e com ela a pessoa se torna um pouco diferente das outras. Bem, levando em consideração minha idade, é normal que eu ficasse me preocupando com maquiagem e essas coisas de meninas, mas eu sinceramente não me preocupo com isso. 
         Já que não tenho nada pra fazer, fico a maior parte do meu tempo na biblioteca da escola, tem sido o lugar mais seguro da cidade. Já li a maioria dos livros de lá. Perto da minha escola tem um café é o lugar que me faz acalmar já que vivo nervosa, sentei-me numa cadeira qualquer e pedi um cappuccino. Enquanto esperava a garota me trazer, procurei meu celular em minha bolsa. Droga! Esqueci em casa. Suspirei e esperei o cappuccino, batendo os dedos na mesa impacientemente, Ok... isso deve estar virando uma mania minha. A garçonete me trouxe o cappuccino e logo liguei meu Ipod, até que recebi um cutucão no ombro, fazendo com que eu me virasse rapidamente para encarar a pessoa. Era a jovem que me serviu o café. 
— Moça, desculpe, mas é que já fecharemos o café. — disse ela. 
— Certo! — dei um sorriso tranquilizador e me levantei, bebendo o cappuccino de uma vez. Agora tudo tem que fechar mais cedo?! Dãh! Acorda Celina! Assassino em serie, esqueceu?  —  Pensei.
Saí de lá e fui para o ponto de ônibus. — Droga agora vou ter que esperar meia hora até ele vir. Esperei, esperei, esperei e nada do ônibus. 
Descido ir à pé pra casa, e com certeza chegarei tarde e terei que dar explicações  pra polícia. Porque, com certeza, se eu chegar tarde minha mãe  chamará a policia. Coloquei os fones irritada e caminhei pelas ruas vazias e escuras de Fells, continuei andando até ouvir alguns sussurros. Apertei o passo e logo já estava quase correndo. De repente, me choquei em algo duro e caí no chão. Estranho, eu não tinha visto nada a minha frente. 
Olhei para ver em que eu tinha me chocado e minha respiração ficou presa e meu coração disparou dentro do peito. Era um homem. O homem mais lindo que eu já tinha visto na vida. Parecia um anjo de tão belo. Iria pedir desculpas mas percebi que ele não havia sofrido nenhum dano, o primeiro momento fiquei deslumbrada com sua beleza, mas depois, percebi algumas características que foram suficientes para me assustar.  Seus lábios estavam puxados pra cima, mostrando os dentes brancos e agudos, seus olhos encaravam-me como se eu fosse um pedaço de carne, mas não era essa a parte que me assustou, oh não... A parte que me assustou, era que seus olhos eram de uma íris de cor escarlate. Num vermelho vivido e assustador. 
Antes que eu pensasse em fugir, em um piscar de olhos ele já estava sobre mim, segurando com força meu pescoço. Um grito se formou em minha garganta, mas antes que eu pudesse gritar, ele já havia perfurado com seus dentes a pele de meu pescoço. Fazendo com que uma dor completamente insuportável se concentrasse ali. Senti-me fraca de mais, e não conseguia mexer nenhuma parte do meu corpo, olhei para os “seres” que estavam a minha frente, mas eu não os via. Só via vultos, mas nem liguei pra isso, eu só pensava numa forma de fazer aquela dor passar.  Sobrando somente a minha frente, aquele homem belo. Belo como um anjo. Não... um demônio. Por me causar essa dor. 
Ele me olhou e voltou a perfurar seus lábios em minha jugular. Mas era como se ele não conseguisse. Como se seus dentes não conseguissem perfurar minha pele. 
— Mas o que? — disse ele e nesse momento eu soltei um grito agudo de dor, pois o ardor estava se concentrando somente em meu peito. — Ela esta sendo se transformando? 
— Sim, ela está. — ouvi outra voz dizer. — Temos que levá-la para Frank. 
— Oh, não! Leve você! Se eu levá-la é capaz dele me matar! 
— Você fez isso, agora a leve! 
Logo senti seus braços gelados e duros passarem a minha volta. E então me levantar em seu colo, como se eu fosse uma pena. Pra onde esse monstro duro, gelado e belo está me levando?! — Pensei.
Senti que o “ser” que me carregava parou de andar e continuou comigo em seu colo, apenas dando passos suaves que não omitiam nenhum som pela leveza que eram dados. 
— Onde está Riley? — perguntou uma voz. 
— Está lá dentro. Quem é essa?! 
O homem que me carregava ignorou a pergunta do outro e voltou a andar rapidamente, mais rápido do que eu julgava ser possível. 
— Riley! — chamou. 
— O que é, seu imprestável?! 
O homem não disse nada, mas logo um alto rosnado se fez na sala. 
— O que você fez?! — rosnou o que eu julguei ser Riley. 
— Eu não sei, eu estava bebendo o sangue dela, mas fui interrompido por outro vampiro e a deixei lá, mas quando terminei de desmembrá-lo e fui voltar a tomar seu sangue, eu não consegui mais. — o homem que me carregava dizia tudo rapidamente, que eu mal consegui entender. 
Meu coração acelerou mais ainda, e eu não entendia o porquê de eu não ter morrido ainda. Não era possível que alguém vivesse com um coração batendo daquele jeito.