Sexto Tomo - Morte

por Alanuska em

Trecho de carta que consta entre os arquivos do governo como pertencente ao caso de Lauren Parker. Teria sido escrita por ........................................................................, em 15 de julho de 1981.

<A carta está rasgada neste ponto, não encontramos seu início>


Jeremy Dickes desapareceu por tempo suficiente para que eles me liberassem outra vez. Tentei chama-lo, tentei iniciar alguma espécie de conversação, mas tudo em vão. Agora era apenas eu, novamente. Eu e Lauren Parker. Ela continuava com sua mecânica disciplinatória, guiando os internos e curando-os o quanto podia. Lauren Parker, minha algoz e amante.

     Mas se quer saber, nada de errado aconteceu sem Dickens. Meu tratamento tornara-se até mais ameno, e nas noites eu nada ouvia. Pensamentos, talvez, mas nada além. Se não houvera relação entre mim e os demais internos, e se tampouco eu tentara estabelecer alguma, isso é quase irrelevante. Prefiro não contar sobre tais experiências.

     Agora, se você se interessa, eu fui novamente liberado para os “banhos de sol”. Havia então dois enfermeiros de olho em mim, e eu estava decidido a não cometer nenhuma estupidez. Esperava, no fundo, encontrar Dickens. Não sabia como ele era, nem tinha qualquer descrição física, mas talvez ele me reconhecesse. Dickens poderia saber de qualquer coisa, eu pensava comigo.

     Tudo transcorreu normalmente, porém, e Dickens não apareceu. Ao fim da tarde, quando já éramos guiados para as celas novamente, tomei coragem e fiz aquele que seria o ato a mudar toda minha vida em Lauren Parker. Por incrível que pareça, foi a menor das coisas que poderia ter feito. Perguntei aos enfermeiros sobre Jeremy Dickens, o nº. 29.

     - De onde conhece esse nome, ... ?

     - Ele é meu vizinho de cela, tentou falar comigo algumas vezes.

     - Tentou? Talvez você possa nos explicar como, já que Jeremy Dickens morreu há dois anos.

 

<A carta está rasgada nessa parte, não encontramos a outra metade>