Sétimo Tomo - Irmãos

por Alanuska em

Parte do testemunho do enfermeiro Clifford Russel, datando de 07 de novembro de 1980. Russel era um dos que cuidaram pessoalmente dos internos nº. 29, 133 e 40. Foi encontrado morto dois dias depois de descrever esta cena.

- Jeremy! Jeremy, por favor, não deixe eles me levarem.

- Você tem que ir, ...! Tem que ir...

- Não pode, Jeremy, olhe pra mim... Olhe o que fizeram comigo, irmão... Foi por você, Jerry, só por sua causa.

- Por favor, não me culpe, eu não podia fazer nada estando aqui., você entende?

- Não... Não entendo, acho que não vou entender nunca.

- Pare de chorar, irmão. A dor vai passar, vai sim.

- Não consigo, Jerry. Sabe que sempre fui fraco, nunca bom o bastante.

- Precisa ser forte hoje.

- Não! Não recomece, Jeremy, por favor. Lembre-se da mamãe, irmão... ela ia querer que você cuidasse de mim.

- Não posso mais, irmãozinho. Não depende mais de mim, ta entendendo?

- Você sabe o que eles fazem, Jerry... Sabe de tudo, não pode me deixar com eles.

- Estão chegando.

- Jeremy! Pelo amor de Deus, meu irmão, não deixe eles fazerem isso comigo! Jeremy! Jeremy!!!

- Me desculpe, irmãozinho. Me desculpe.

 

Enquanto Jeremy Dickens chora, seu irmão mais novo é levado através de um corredor escuro. Há luz bruxuleando ao longe, mas seu brilho não é mais que fantasmagórico. O vento que entra pela pequena grade-janela é quase gélido. Jeremy Dickens chora, antes de dormir.