Caminhos Cruzados - Capítulo 1 - Rosa Maria (parte 2)
E vendo aquele corpo caído, eles se aproximaram cautelosamente. Chegando próximo ao mesmo, todos se espantaram quando aquele homem que na noite anterior aparentava ter seus quase trinta anos, agora tinha rugas por todo o corpo, como se fosse três vezes mais velho.
Ryan - Kraig, era um bom homem!
Kate - Gente, eu tô lembrando aqui agora! Ryan quem era aquele outro homem que estava com vocês dois no carro quando me trouxeram para cá?
Ryan - Eu também não o conheço.
Kate - Eu me lembro onde a gente deixou ele. Vamos lá tirar isso a limpo agora.
John - Calma, primeiro vamos terminar o que viemos fazer aqui.
Nada de relevante foi encontrado. Essa viagem teria sido em vão se não fosse o fato da kate ter se lembrado do terceiro homem envolvido em seu sequestro. Voltando para a cidade, todos foram obrigados a seguirem suas rotinas de trabalho e estudo. John em seu serviço rotineiro na viatura, Kate dando suas aulas, Matt cuidando de sua oficina, Nadine estudando, Louis se escondendo devido à ameaça sofrida no dia anterior e o Ryan a toa. Ryan parecia cada vez mais sem chão. Desorientado, parecia não ter mais pra onde ir.
Ao cair da noite, todos se reuniram na casa de John, que a essa altura já havia virado um refúgio, bem como um centro de operações para o grupo.
O grupo se dividiu entre os dois carros. Assim, seguiram na cidade por pouco mais de meia hora, parando os carros em frente à casa apontada por Kate como sendo do homem, que se chamava Karl, segundo Ryan.
Era uma casa comum, dois andares, garagem, jardim e etc...
Louis decidiu ficar no carro pesquisando algo sobre a Prole de Belial na internet.
Como de costume, John foi caminhando na frente, com a arma sempre em condições de disparo. Ao se aproximar, ele percebeu que a porta de entrada estava entreaberta, possibilitando-o ver através da fenda que se formava no vão da porta aberta, notando uma luz refletida na parede, como se fosse de uma televisão ligada do outro lado do cômodo.
Ele resolveu portanto, tocar campainha para anunciar sua presença, na intenção de evitar um embate desnecessário. Quando não obteve respostas, John optou por chamar pelo nome Karl.
Nenhuma resposta foi ouvida, então eles resolveram entrar na casa, deparando-se em uma sala de vídeo à direita da casa, com um corpo caído, nú, prostrado no chão, na posição de decúbito ventral em frente a uma filmadora e uma televisão.
Kate - Esse é o Karl! Mas o que será que aconteceu aqui?
John, checando o pulso e a respiração de Karl, constatou que o mesmo já estava sem vida e que não havia morrido a muito tempo.
Matt ligou a câmera e todos ficaram assombrados com o que presenciaram na gravação. Karl ligou a câmera. Logo depois a campainha toca e ele vai atender. Ele começa a conversar, como se alguém estivesse ao seu lado.
Karl - Eu tava doido pra te ver de novo, vamos começar logo, eu tô ansioso.
Em seguida começa a tirar a roupa e se mover como se tivesse abraçando e beijando alguém. Momentos depois, ele inicia movimentos que indicam estar realizando ato sexual.
Kate - O que este pervertido está fazendo? Será que ele é louco? Será que ele tá drogado?
A gravação termina de forma ainda mais estranha. Ele fica de pé, de frente para a câmera, vira o pescoço de lado faz uma expressão de prazer muito maior do que a que estava mostrando até então. Para espanto ainda maior de todos, começou a pingar sangue da lateral do pescoço dele, como se tivesse sido perfurado. Logo em seguida, ele cai ao chão. No fim da filmagem, surge o rosto de uma mulher de cabelos negros e encaracolados, pele branca e a boca manchada de sangue. A gravação é interrompida logo em seguida.
O vídeo é repassado mais algumas vezes e o grupo se certifica de que Karl não possuía marcas no pescoço antes de começar a sangrar.
John pega a fita da câmera e sai da sala logo em seguida.
John - Gente, rápido, vão até o segundo andar e vejam se conseguem encontrar alguma coisa. Eu vou terminar de procurar aqui embaixo.
Enquanto Kate se desloca para o segundo andar, acha uma maleta no canto de um dos sofás, pega e a abre.
Kate - Olha gente, uma maleta, será que é a mesma maleta que o Louis perdeu?
A maleta estava vazia, exceto por um papel com o telefone de um tal de Jackson, escrito a mão. Ela pega a maleta, decora o telefone para anotar mais tarde, longe dos outros e segue para o segundo andar.
John permanece sozinho do primeiro andar e vai em direção à cozinha, passando pela sala de estar. Não encontra nada de relevante na cozinha e volta para a sala de estar, indo em direção às escadas de acesso ao segundo andar. Sem que ele pudesse perceber, Karl se aproximou dele, parando bem em frente, face a face com ele. John se preparou para outro disparo, quando Karl abriu sua boca, revelando presas como as de um vampiro dos filmes de terror.
Karl parecia um monstro incontrolado, sedento por sangue, veio para cima de John, não dando tempo para que ele pudesse usar sua arma ou gritar para pedir ajuda. A adrenalina tomou conta de John, que lutava para de soltar dos braços de Karl que o seguravam fortemente. Em seguida, a adrenalina de John foi substituída por uma sensação singular e repentina de prazer, quando Karl cravou suas presas no pescoço dele e começou a se alimentar de seu sangue. Essa sensação não durou muito tempo e John, logo em seguida percebeu suas forças se esvaindo enquanto ele tinha seu sangue absorvido por aquilo que ele acreditava até então se tratar de um ser humano. Como um último recurso diante da fraqueza que ele começara a sentir, John juntou suas últimas forças e conseguiu se soltar, empurrando Karl contra o chão, e realizando em seguida um disparo.
Outro disparo se seguiu e John começou e se acalmar. No momento que os demais chegaram, John desviou seu olhar para eles, descuidando por alguns instantes de seu alvo. Esses instantes foram suficientes para que Karl simplesmente desaparecesse.
Matt - O que foi isso?
John - O Karl, ele me mordeu!
Kate - Mas o Karl estava morto!
John - Eu sei disso. Mas ele me agarrou. Ele tinha pressas, como um bicho! Me agarrou, me mordeu e começou a chupar meu sangue!
Nadine - Presas? Chupar sangue? Igual aos vampiros dos filmes?
John - Sim, exatamente como os vampiros dos filme...
Enquanto eles tentavam entender o que havia acontecido, ouviu-se o barulho de um carro ligando na garagem e saindo correndo do local.
John - Vamos logo sair daqui, isso vai estar cheio de policiais daqui a pouco!
Quando eles alcançaram o lado externo da residência, Louis deu partida no carro e saiu em perseguição ao outro carro, seguindo-o por alguns quarteirões.
Kate - O que o Louis tá fazendo indo sozinho atrás do Karl? Será que ele perdeu o juízo?
Matt - Não sei, mas vamos sair logo daqui.
John ligou o outro carro e todos saíram atrás dos outros veículos. Louis perdeu Karl em um cruzamento, onde foi forçado a parar.
Karl era um ótimo piloto, dificilmente Louis o pegaria.
Juntos novamente, todos concordaram em finalmente ir atrás do tal Antoine Savoy no Mercado Francês.
Chegando lá, todos se espantaram com um lugar que, mesmo do meio da noite poderia estar tão cheio.
O mercado era constituído de duas galerias extensas, repletas de lojas, bares e etc...
Sem saber com encontrariam a loja do Savoy, o se espalhou e começou a procurar...
Kate então avistou uma adega com o nome de "LORD'S" e chamou todos para ver. Ryan olhou para a loja com um brilho diferente nos olhos e foi o primeiro a entrar no local e ir em direção à balconista.
Natasha - Boa noite, meu nome é Natasha. Como posso ajudá-lo?