Caminhos Cruzados - Capítulo 1 - Rosa Maria (parte 3)
Ryan - Pode sim! Eu estou procurando por Antoine Savoy, como eu faço para encontrá-lo?
A bela moça, de cabelos negros, pele clara e olhos castanhos mostrou estar surpreendida com a pergunta e completou dizendo não conhecer esta pessoa. Ryan a informou que eles estavam ali por indicação do padre John Marrow, causando um certo impacto na garota que enquanto ajeitava os óculos em seu rosto continuou o diálogo...
Olhando para Ryan, Natasha perguntou se ele pertencia ao padre Marrow. Ressabiado a aparentemente incomodado com a pergunta, Ryan responde: "De certa forma sim!" e a garota, observando seu estado aparentemente debilitado diz que ele deve estar com fome e o chama até uma sala no interior da loja. Quando todos começaram a se mover em direção à mesma sala, ela os impede dizendo se tratar de uma conversa em particular.
A conversa demorou poucos minutos e foi suficiente para colocar várias dúvidas na cabeça de todos.
Kate - E o que foi isso agora? Ela acabou de conhecer ele e já o chama para conversar?
John - Será mesmo que eles acabaram de se conhecer?
Matt - E o que será que foi aquela pergunta: "Você é do padre Marrow?". Será que ele faz vida ou alguma coisa do tipo?
Nadine - Claro que não! Ele é um padre. Não faria essas coisas.
John - Vocês se surpreenderiam com o quanto de errado existe no mundo do clero.
Matt - Eu posso imaginar!
Louis interrompeu o assunto para falar o que conseguiu encontrar na internet sobre a tal "Prole de Belial". Ele diz que quase todos os sites fazem alusão ao nome "Belial" relacionando-o com um tipo de demônio poderoso, que foi criado logo após o próprio Lúcifer e mais umas baboseiras tipo que ele é o sexagésimo oitavo espírito de alguma coisa e que ele comenda várias legiões. Contudo, em um site de lendas urbanas e a fins, de nome Blood New Orleans ele encontrou algo que o chamou atenção, devido ao ocorrido a pouco com John. O site relaciona o nome "Prole de Belial" a uma organização composta de vampiros arruaceiros que se dizem demônios saídos do próprio inferno, servidores de entidades do submundo.
Louis - O cara que postou essas coisas no site assina apenas como Paul S. Não sei se consigo restreá-lo para entrar em contato, contudo eu tentarei o máximo que puder.
Ryan finalmente sai da sala, com uma aparência bem mais saudável do que quando entrou no local. Como se aquela mulher de alguma forma tivesse renovado todas as forças dele. Entretanto, sua fisionomia parecia um tanto quanto preocupada, possivelmente por alguma coisa que foi falada durante a conversa.
Natasha, mais uma vez ajeitando seus óculos diz que Savoy (referindo-se a ele como "O LORDE") está em reunião com várias pessoas e entre ela está também o padre Marrow. Diz também que não pode ajudar mais por não saber o local da reunião e também que não poderia falar mesmo que soubesse.
Ryan pega o telefone e liga para o padre. "Dorga, celular desligado!" O celular de Alexander, o "segurança" do padre também não respondia.
Ryan pediu a todos por um momento sozinho dentro do carro, vindo a sais do veículo poucos minutos mais tarde, dizendo saber a localização do padre Marrow. Estranhando a situação, John chamou Ryan para uma conversa em particular e perguntou como ele descobriu de uma hora para outra o paradeiro do padre. No início, ele respondeu ter se lembrado onde o padre se reunia com os amigos. Como sua resposta não foi convincente, ele disse que tinha uma espécie de ligação com o padre e que com algum tempo para concentrar ele podia sentir sua presença. Não acreditando em sua história, john disse que só estava indo com ele porque também precisava descobrir tudo o que estava acontecendo, acrescentando com um "espero que você não esteja armando nada!".
O local ficava cerca de vinte minutos de carro, rumando para o sul de onde eles estavam até então. Ryan parou o carro em frente a um bar chamado "Jazz Jack". Ninguém do grupo tinha sequer ouvido falar no local até então. Tratava-se de um bar meio escondido. Por fora tinha apenas uma porta e uma janela, cercados por uma parede cinza, suja e cheia de pichações aparentemente feita por sangues. Um pequeno letreiro em néon marcava o lugar com seu nome. Ryan saiu do carro. Em seguida todos os outros estavam ao seu redor. Ele começou dizendo que o lugar era perigoso e que todos deveriam prosseguir com cautela a partir dali. Ele nem havia acabado de falar e o Matt já estava girando a maçaneta para entrar no local. Todos o seguiram, pois se o Matt ficasse ali sozinho, poderia arrumar problemas.
O interior do lugar não tinha absolutamente nada a ver com seu lado externo . Era uma espécie de bar/boate, com um barman, várias garotas e garotos dançando e se exibindo sobre os balcões e mesas. O lugar tinha vários pontos com iluminação em néon e luzes lazer circulando por todo o local. Completando o visual do bar, tinha uma pista de dança não muito grande e uma banda que tocava um Jazz muito gostoso de se ouvir. As pessoas que circulavam pelo local eram diferentes. Em sua maioria, pálidas, quase sem cor, talvez devido à constante vida noturna agitada e o dia sendo usado para trabalho e estudo.
Todos sentaram-se em bancos próximos aos balcões, pediram bebidas e começaram a conversar com os garçons. John, foi o primeiro a perguntar ao garçom que o servira a respeito de Antoine Savoy. Este garçom, bem como todos os outros que foram questionados, afirmaram não conhecer este nome, se justificando dizendo que o fluxo de pessoas no local é muito grande, o que os impossibilita de conhecer todos.
Ryan agora sentia claramente a presença de Marrow, apontou uma porta que estava ao fundo do local, onde havia um homem de cabelos longos, lisos e negros caídos sobre os ombros, parcialmente escondidos por um grande chapéu de boiadeiro, parado em frente a ela.
John - Provavelmente esse homem está fazendo a segurança do local. Logo, trata-se de uma reunião mais séria.
Ryan pede a todos para que o esperem sentados onde estavam e vai sozinho conversar com o homem com chapéu de boiadeiro. Em seguida o homem entra pela porta e Ryan volta para perto dos outros, com um ar confiante. Nada é falado entre eles e o homem retorna, chamando Ryan novamente, Ryan vai e recebe alguma instrução do boiadeiro. Chama Matt e John para acompanhá-lo e diz para os outros ficarem ali e não saírem em hipótese alguma.
O homem se apresenta como Reynaldo Gui e diz que Savoy está ocupado, porém, irá recebê-los tão logo acabe a reunião. Enquanto isso no bar,
Enquanto Nadine, Kate e Louis admiram uma foto pendurada na parede atrás do bar e ficam intrigados com o fato de uma pintura tão antiga estar posicionada em um lugar completamente fora do contexto decorativo do local (retrato de um homem magro, com seus aparentes trinta anos), um homem estranho se aproxima de Kate e a chama para dar uma volta. Ela aceita o convite sem conhecer o cara e sem relutar. Ela simplesmente diz sim ao convite. Nadine tenta intercepta-la perguntando o que estava acontecendo e lembrando que Ryan tinha falado para eles ficarem ali. Kate diz que só vai conversar um pouco com ele e sai. No lado de fora do bar, o homem a convida para entrar em seu carro para que eles possam conversar melhor. Ela estranha o convite e nega o pedido, dizendo que vai voltar ao bar e se juntar aos seus companheiros.
O homem retruca, dizendo em tom imperativo: "Você não entendeu, eu quero que você entre no carro e quero que faça isso agora!" Kate acata a ordem do homem e entra no veículo. O homem em seguida liga o veículo e sai dirigindo.
Matt - Aí, na boa. Não aguento mais esperar aqui. Vou beber um pouco lá fora com o povo.
Matt sai e caminha em direção à Nadine e Louis. Dando falta de Kate, ele recebe a notícia de que um homem desconhecido apareceu e a chamou para sair. Ela aceitou e foi, dizendo que estaria ao lado de fora. Matt imediatamente sai do bar em busca de Kate. Nadine e Louis o acompanham. Não há nem pistas dela por aqui.
Finalmente, a reunião tem uma pausa e Savoy aceita receber Ryan e John em sua sala. John vai direto ao ponto e diz que precisa encontrar a Mary.
Savoy - É só isso que vocês querem? Não vejo motivos para ajudá-los. A Mary só pode ser encontrada por mim. Ela é um recurso facilmente manipulável. Não me interesso em entregá-la a vocês.
John diz que ela está atrás deles e ele não sabe o porquê. Diz também que a vida de todos eles está em perigo e que essa informação pode salvá-los.
Savoy, mostrando total descaso para com o assunto diz que isso não é problema deles e pede para que eles se retirem. Ambos se levantam e viram-se para deixar o local. Ao se aproximarem da porta, a mesma é aberta de maneira abrupta. Alexander entra na sala carregando Karl pelos braços.
Alexander - Meu Lorde, encontrei este neófito caçando em área proibida. Tive que matar oito pessoas para limpar a cagada dele. Ele tá falando que quem abraçou ele foi a Mary.
Savoy chama John e Ryan, dizendo que ambos já escutaram coisas demais, entretanto, devido ao ultimo acontecimento ele também teria coisas a acertar com a Mary e concorda em ajudá-los, dizendo que provocará um encontro entre eles amanhã às 22:00h da noite no Louis Armstrong Park, e diz que eles estão dispensados, prometendo cobrar o favor em um futuro próximo.
John e Ryan saem da sala e não encontram os outros, conversando com o garçom, ele diz que eles foram para fora do bar prometendo voltar. John paga a conta e os dois saem em busca dos outros.
Ryan - O que vocês estão fazendo aqui fora? Eu disse para esperarem lá dentro.
Nadine - A Kate foi dar uma volta com um cara e sumiu.
O homem estranho vira alguns quarteirões e Kate começa a gritar para descer.
Kate - Me deixa descer! O que você quer comigo?
Homem estranho - Calma gracinha, não quero nada demais, só quero me alimentar.
Neste momento ele a olhou nos olhos com extrema malícia. Ela não havia entendido seu comentário.
Desesperada ela abre a porta do automóvel e ameaça se jogar. O homem imediatamente aumentou a velocidade do carro, desencorajando Kate de pular.
O carro virou em um pequeno beco e seguiu nele por cerca de dez metros até que uma porte pancada foi sentida, vindo de sua lataria do teto que amassou com o impacto. O homem saiu do carro e olhou para cima tentando ver o que havia ocorrido. Naquele momento Kate saiu do veículo, olhou para ele e se espantou quando viu ele revelar presas em um tom agressivo em direção ao teto do carro. Correndo, Kate olhou para traz mais uma vez e viu no teto do carro um homem com cerca de dois metros de altura e corpo robusto envolvido por um sobre tudo. Virou seu rosto novamente e correu o mais rápido que pôde em direção ao bar. Ela ainda conseguiu escutar um, dois, três disparos vindos do local. Enquanto ela corria, pensava no que havia visto, aquelas presas a faziam se lembrar dos filmes que havia visto, das histórias que temia quando criança e principalmente do John que fora atacado pelo Karl, de maneira semelhante. Seus pensamentos só eram abafados pela terrível sensação de estar sendo seguida. A cada passo ela podia sentir que alguém estava em seu encalço. Por um instante, ela olhou para cima e pode sentir uma presença se esgueirando por entre os prédios. Isso a fez correr ainda mais rápido até chegar ao lado de fora do bar.
Matt - Olha ela ali!
Kate - Vamos sair daqui, estou sendo seguida! Precisamos de um lugar seguro.
John sacou de sua arma e apontou sua arma para o lado de onde Kate havia vindo. Escutando um barulho vindo do alto dos prédios, ele acompanhou com os olhos e a arma em punho, conseguindo ver a ponta de um sobre tudo que terminava de saltar de um prédio ao outro.
John - Rápido, todos para dentro do bar.
Todos entraram e foram recebidos com hostilidade pelos clientes. Todos aparentavam estar apreensivos, como se fossem acometidos por algum mau presságio. Logo surgiu um homem magro, com aparentes trinta anos, dizendo para todos saírem do bar porque já haviam feito muitas perguntas. Não demorou até Nadine, Kate e Louis associar o homem ao rosto pintado no quadro. Do lado de fora, John ofereceu novamente sua casa para que todos pudessem dormir e seguiram para lá.
Durante o deslocamento, Kate contou o que aconteceu com ela e John e Ryan falaram o que houve no encontro com Savoy. Na casa de John, Ryan chamou todos para uma conversa...
Ryan - Bom gente, eu posso morrer por conta disso que eu vou contar a vocês, mas acho que vocês já desconfiam que estamos lidando com vampiros. Mary é um deles e não será fácil tirar informações dela.
Kate - Vampiros? Gente, eu não acredito que essas coisas existem. Eu não acreditaria se não tivesse visto com meus próprios olhos. Agora diga pra gente, como nós matamos eles? O padre também é um deles? E o mais importante de tudo, como você sabe todas essas coisas?
Ryan - Eu não sei como matá-los. Eu aprendi muito sobre eles com o padre Marrow. E sim, ele é um vampiro. Eu sei apenas que eles não podem sair durante o dia. Isso é fatal para eles. A exposição ao fogo também traz efeitos negativos para eles, eu só não sei com qual intensidade.
John - Faz sentido, um padre que só celebra cultos à noite. Mas espera um pouco! Vampiros podem entram em igrejas?
Ryan - O padre Marrow está todas as noites na igreja desde quando eu o conheci a uns quatro anos.
Nadine - E quanto à água benta, prata e as estacas de madeira? Será que têm algum efeito contra eles?
Ryan - Não sei, eles nunca tocaram nesse assunto comigo. Acho que eles não iam querer que eu soubesse suas fraquezas.
Matt - Eu posso arrumar uma adaga de prata para hoje a noite!
Nadine - Ok, eu farei umas estacas por precaução.
Kate - Vou passar na igreja perto da minha casa após a aula e pedir um pouco de água benta.
Louis chama todos dizendo que conseguiu o endereço digital do autor do site. Para a sorte de Louis, o homem conhecido como Paul S. estava on line em um chat e foi possível entrar em contato com ele. Louis disse na conversa,que era um grande fã de seu site e que queria trocar umas idéias a respeito de suas fontes. O homem topa e marca na biblioteca central, ao meio dia.
No dia seguinte, todos seguem suas rotinas. John entra em contato com um amigo policial que é colecionador de armas e entende tudo de munições, para perguntar se existem munições feitas de prata. O homem acha um tanto quanto exótico o pedido do amigo, mas afirma da existência das mesmas. John pede que o amigo providencie algumas a título de decoração. Ainda estranhando, o cara diz que fará o que puder para conseguir.
Matt entra em contato com um companheiro da época em que ele lutava nos ringues clandestinos de Nova Orleans e pede por uma adaga de prata, dizendo que tinha de obter o objeto ainda hoje. O cara diz que consegue a adaga, mas sairia caro. Matt topa mesmo assim e fica de passar lá no fim da tarde, ocupando seu dia em seu trabalho que já estava atrasado na oficina.
Enquanto consertava uma moto, Matt ouviu seu cachorro latir muito. O som do latido vinha de trás da casa. Quando Matt foi conferir o motivo do latido, ele sentiu uma presença no local, depois sentiu uma movimentação atrás dele, virando-se rapidamente sem êxito ao encontrar alguma coisa. Virando as costas para voltar ao seu trabalho, Matt sentiu uma profunda dor nas costas. Garras como às de um urso preencheram toda a extensão das suas costas, rasgando sua carne. Não aguentando de dor ele desmaiou.
Ao meio dia em ponto, Louis chega na biblioteca municipal e pergunta por Paul.
Um homem com aparência elegante se apresenta como Paul. Louis pôde perceber que havia um brilho diferente nos olhos dele. Um tom de mistério que o deixava um pouco desconsertado.
O homem foi extremamente educado e se colocou à disposição de Louis no que precisasse dentro da biblioteca. Louis foi direto ao assunto. Disse que queria saber mais sobre a Prole de Belial e os vampiros, alegando ser um fã assíduo de seu site e grande apreciador dessas lendas.
Paul não se mostrou convencido com a explicação, questionando Louis sobre como ele o achou. Louis, meio ressabiado, disse ter buscado o endereço dele através de seu I.P. Pediu desculpas por ter invadido sua privacidade e se justificou colocando a culpa em sua paixão pelas criaturas.
Paul o interrompeu em meio às suas explicações dizendo que não tinha nada a dizer e pediu que ele saísse caso não tivesse mais nada a fazer ali.
Louis - Ta bem, eu vou contar o que houve. A Prole de Belial está atrás de mim e dos meus amigos. Eu não sei o que fazer. Temos um encontro com uma vampira hoje e não temos nada para nos ajudar. Tudo o que eu consegui foi o seu site.
Paul disse que Nova Orleans está repleta dessas criaturas que se auto denominam uma família. Disse que tudo nesta cidade passa nas mãos deles, desde as decisões políticas e etc... Contra eles, além de dizer que eles não podem sair à luz do dia e que o fogo pode matá-los, disse que segundo lendas que ele ainda não comprovou, existem lugares que possuem certa "força" que repele os vampiros. Esses lugares são utilizados ao longo dos séculos como fortalezas contra os amaldiçoados. Por fim ele diz que suas recentes pesquisas apontaram a capela do Hospital Geral de Nova Orleans como sendo este lugar.
Louis ficou desconfiado e perguntou ao Paul como ele sabia todas essas coisas e o Paul respondeu apenas que é um homem estudioso.
Terminada a conversa, Louis se foi, cheio de dúvidas na cabeça.
No final da tarde, Kate passou na igreja perto de sua casa e pediu que o padre abençoasse um cantil cheio de água e depois foi diretamente para a casa do John.
Matt acordou em seu quintal, no início da noite. Ele sentia dores profundas nas costas e parecia estar com febre. Olhou no espelho e se espantou com o tamanho e a profundidade das marcas deixadas em suas costas por aquilo que o atacou.
Ele não teve tempo para ficar admirando seus ferimentos, pois já estava atrasado para seu encontro com o amigo que ficou de lhe entregar a adaga de prata. Ele chegou no local combinado, pegou a adaga e saiu dizendo que estava atrasado e que depois o pagaria. Acelerando sua moto, ele chegou na casa de John e ficou lá esperando por um tempo até os outros chegarem. Ryan também já estava lá, a espera de todos.
Não demorou muito até a chegada de Louis com as novas notícias que obteve na conversa com Paul.
Alguns minutos mais tarde e Kate se junta ao grupo, faltando agora somente a Nadine que estava em uma prova na Universidade de Tulane. Para não perderem tempo, eles seguiram até a universidade para buscarem a garota.
Nadine nunca tinha ficado lá até a noite. Entretanto, ela sabia que não tinha aulas noturnas naquele local. Terminando sua prova, ela ajeitou suas coisas, sem se apressar, pois ainda teria umas duas horas até o encontro com Mary. Saindo pelo corredor de acesso ao lado externo do campus ela cruzou com três homens. Eles passaram por ela, indo no lado oposto, em direção ao interior do prédio. Ignoraram completamente a presença da garota que saiu com a sensação de já ter visto aquelas pessoas. No caminho até o estacionamento, ela pôde perceber que mais algumas pessoas entraram no local. Pessoas de várias idades e aparências. Alguns tinham cara de estudantes, outros tinham aparentavam ser empresários, uns pareciam ricos e alguns pareciam não ter onde cair mortos. Ela pensou em perguntar ao segurança do campus quem eram aquelas pessoas, porém desistiu da idéia.
Ela esperou do lado de fora do campus pelos outros e só quando estava no carro se lembrou de onde conhecia aqueles caras que passaram por ela no corredor. Eles estavam no bar, na noite anterior.
Ela compartilhou a informação com os outros enquanto se dirigiam até o parque Louis Armstrong, disse estar com muito medo e que não saberia o que fazer perto dela. Vendo o estado da menina, Matt a entregou a adaga de prata, dizendo que ela seria mais útil nas mãos de Nadine e que ele iria se virar com a força dos seus punhos.
Chegando lá, uma mulher com uma capa cobrindo todo o seu corpo estava a espera deles. Não dava para saber se era a Mary, mas mesmo assim, Ryan disse para os outros esperarem e foi na frente. De longe, todos observavam a conversa entre Ryan e a mulher. Não era possível ouvir o que eles falavam daquela distância, mas o grupo percebeu que a conversa começou em clima hostil. Algumas palavras trocadas e todos ficaram pasmos ao ver a cena que se seguiu. A mulher mordeu o próprio pulso até fazer uma ferida nele. Em seguida o estendeu em direção ao Ryan que o pegou com as mãos, levando-o até os lábios. Ingerindo o sangue da mulher, como um viciado que se satisfaz, se entregando ao vício. Quase imediatamente, após ele parar de beber do sangue dela, ele a empurrou, tomando como contra-ataque um soco violentamente forte que o fez cair ao chão.
John já estava com a mira na mulher e disparou contra ela. Dois tiros na região do tronco. Seriam suficientes para conter qualquer ser humano. O fato ali é que eles não estavam lidando com um ser humano. Ela caiu e montou sobre Ryan, fazendo força contra o mesmo, com as presas à mostra. Matt a atingiu com um chute na costela, tirando-a de cima de Ryan.
Kate, em posse da água benta, jogou nela toda a água de dentro do cantil, gritando repetidas vezes: "Porque você me sequestrou? Porque você me sequestrou?". A água molhou a mulher como molharia qualquer ser humano. Mary naquele momento riu da atitude da garota, dizendo que ela não se afogaria com aquele pouco d'água.
John viu suas munições pularem para fora do corpo de Mary enquanto suas feridas se cicatrizavam. Imediatamente, ele deu mais dois tiros nela, acertando também na do peito. Ela novamente se regenerou e ele pediu para que Nadine o cortasse com a adaga. O corte permaneceu com foi feito, sem regeneração. John começou a questionar Mary, perguntando porque ela tinha feito isso com eles e para quem ela trabalhava.
Ela disse apenas que eles estavam no lugar errado e na hora errada. Dizendo também que trabalhava sozinha. Mais um corte com a adaga e ela começou a se contorcer de dor.
John - Pra quem você trabalha?
Mary - Eu trabalho sozinha, vocês interferiram nos meus planos e vão pagar por isso.
Mais dois contes e um nome...
Mary - Rosa! Eu trabalho pra Rosa! Agora for favor me matem, eu não vou falar mais nada!
Ryan tomou a adaga de Nadine e se preparou para desferir o golpe de misericórdia nela. Ergueu a adaga e a descer com força e ódio. Poucos centímetros antes de atingir a cabeça de Mary, Ryan sentiu um empurrão que o jogou uns dois metros para o lado. Caído e olhando para cima, o padre Marrow disse para ninguém mexer com ela ou teriam consequências terríveis. Completou dizendo que tinha algumas coisas a falara, chamando-os novamente para a sala de reunião.