Cenário Crônica Purificados pela Fúria

A campanha Purificados pela Fúria é uma coleção de histórias envolvendo os Uratha que caçam nas terras de minha querida cidade natal, Recife e região metropolitana.

PURIFICADOS PELA FÚRIA

A campanha Purificados pela Fúria é uma coleção de histórias envolvendo os Uratha que caçam nas terras de minha querida cidade natal, Recife e região metropolitana. A campanha tem por objetivo contar a saga da alcatéia dos jogadores em um momento turbulento do cenário e na sociedade dos Lobisomens. A campanha irá explorar os desafios a serem enfrentados pela alcatéia dos jogadores em um ambiente explosivo e perigoso que ameaça estourar a qualquer momento. Por definição a campanha terá uma temática bastante agitada, explorando bem o tema da caçada e a territorialidade dos Lobisomens, assim como os problemas gerados pelos seus inimigos naturais, desde os Puros até espíritos poderosos que atravessam o dromo para o mundo da carne para perpetrar seus objetivos torpes e alienígenas.

Nota: Ao longo do material existem marcações, exemplo:(1), que servem para marcar certas referências visuais dedicado aqueles que não conhecem a cidade do Recife e sua região metropolitana. Essas marcações seguem com endereço de imagens dessas paisagens que podem ser apreciadas seguindo o link no fim do material.    

Tema: Conquista... A que preço?

A campanha aborda o tema da conquista, no cenário as diferenças entre as alcatéias Uratha parecem ter chegado a um ponto crucial, onde o conflito e a guerra territorial são praticamente eminentes. As facções estão em pleno avanço e expansão, novos filhotes formam suas alcatéias em ambos os lados engrossando as fileiras, incluindo ai a dos jogadores, e essas alcatéias precisam de um novo território. Ainda que possuam aliados entre outros lobisomens os Uratha não irão aturar a presença de outras alcatéias, ainda que aliadas, dividindo seus territórios. Essas jovens alcatéias devem encontrar seus próprios territórios o mais rápido possível, mas a oferta de territórios é pequena, a disputa por eles, tanto entre as alcatéias quanto de outras criaturas da noite, é eminente.

 

Tom: Barril de pólvora.

A tensão entre os Uratha esta crescendo exponencialmente, apesar da alegria de novas alcatéias terem sido formadas, estas alcatéias precisam de um território para reivindicar urgentemente. A oferta por novos territórios é pequena, e a competição pelos melhores sítios será ferrenha, não só entre os Uratha, mas entre outras criaturas da noite, desde espíritos até mesmo vampiros. Cada facção vê seus rivais se preparando, eles ouvem os rumores que seus inimigos estão se fortalecendo, por isso a tensão e expectativa esta presente em todas as histórias, a competição pelo território esta no cerne da existência Uratha e devido a isso há um clima de urgência quanto a conquista desses territórios.  

 

A sociedade Uratha. 

        No cerne da sociedade Uratha esta a alcatéia, a unidade social mais importante, a alcatéia é como a família para os humanos, sendo ainda mais estreitos os laços entre irmãos de alcatéia que os antigos laços de sangue humanos, pois na alcatéia existe uma ligação entre os espíritos de seus membros, geralmente fortalecido por um espírito totêmico, que muitas vezes traduz os objetivos e natureza do grupo. Dentro de seu território a alcatéia é soberana, os invasores que não se apresentarem serão hostilizados com toda a força possível, mas não necessariamente letal. A maioria das alcatéias se ocupa em cuidar de seu próprio território, caçando espíritos invasores, harmonizando o mundo espiritual e físico, cultivando ressonâncias de acordo com seus objetivos e metas nos Locis em seus territórios. Mas os lobisomens também são criaturas sociais, e assim como homem e lobo, levam razão e instintos bestiais em iguais medidas em seu íntimo. São seres radicais e passionais ao extremo, se agarram a suas crenças e paradigmas com força e fanatismo religioso que superam até mesmo os exemplos humanos mais extremistas.

         Os Uratha ainda se agarram as tradições de pai Lobo e de Luna e sua percepção do mundo espiritual, seus horrores, habitantes e complexa hierarquia, mudam suas percepções, afinal são criaturas de carne e efemeridade em igual medida, são os predadores de ambos os reinos. E por isso mesmo precisam se congregar em sociedades maiores. As Tribos tem um papel importante na formação das opiniões visto que refletem a natureza de seus totens espirituais, influenciando na posição política de certos assuntos e tabus.

         Talvez o único laço que impede que as alcatéias locais não se entreguem a total guerra é o respeito que todas têm pelo Juramento da Lua, as leis que os Uratha juraram a sua matrona após a queda de pai Lobo. Todas as alcatéias locais seguem esse código moral e espiritual, ainda que com algumas interpretações pessoais. Aquelas que não seguem seu código são proscritos e até mesmo caçados pelas demais alcatéias.  

         Os Uratha se unem em grupos com o mesmo objetivo que os humanos, são aglomerados por opiniões e associação a valores tanto morais como espirituais. A questão central que divide as alcatéias no cenário está no que fazer com os humanos e sua morada decrépita; a cidade. Não existe nenhuma outra criatura que perturbe e altere o mundo espiritual com tanta velocidade e violência quanto os humanos e sua cidade. Antes a trama natural e vibrante é transformada em pesadelos quando os humanos constroem suas casas. O avanço da civilização é um tema que divide os lobisomens e os polarizam em duas facções: Os ruralistas e Urbanos. 

 

Urbanos e ruralistas

                Na história Uratha local as alcatéias tachadas como ruralistas são os lobisomens de mentalidade mais tradicional e selvagem, em certa medida representam os instintos lupinos em todos os lobisomens. A maioria dos territórios destas alcatéias se encontra nas fronteiras das regiões urbanizadas, e ao longo dos anos seus territórios foram diminuindo a medida que a marcha da civilização humana vai avançando. Essas alcatéias também são as que possuem aliados com espíritos das cortes naturais, como os naturae, elementares, espíritos indígenas e outros espíritos da natureza selvagem, além de manter esses ambientes na sombra saudáveis e preservados. Eles odeiam a civilização e a humanidade importando-se apenas com seus parentes de sangue lupino e simplesmente desprezando o resto. A facção é composta por Urathas de todas as tribos, mas concentra em sua maioria lobisomens da tribo Aqueles que Caçam nas Trevas.

                Do outro lado da moeda os lobisomens conhecidos como urbanos são aqueles de mentalidade mais progressista, marcam seus territórios dentro dos limites do território urbano e sua sombra, em certa medida representam a razão e os costumes humanos dentro de todos os lobisomens. Muitas dessas alcatéias simplesmente sobrevivem dentro dos territórios hostis na cidade, outras prosperaram com crescimento da sociedade humana, vivendo como lobos entre as ovelhas. Essas alcatéias mantêm alianças com as estranhas cortes espirituais urbanas, e até mesmo ajuda ao “espírito da cidade” a prosperar e crescer mais e mais na sombra. A facção concentra Urathas de todas as tribos, mas são em sua maioria esmagadora lobisomens da tribo Mestres do Ferro.

 

A Origem do conflito

         Tudo tem inicio quando alcatéias ruralistas começam a atacar espíritos urbanos fora de seus territórios, rechaçando a influência e crescimento da cidade de maneira brutal, matando humanos que invadiam seu território e deixando sinais claros para aqueles que ousassem profanar seus territórios. Só que alguns desses espíritos eram aliados dos lobisomens urbanos, logo as duas facções começariam a hostilizar entre si.

         Ao longo dos anos as facções vêem se enfrentando em combates e estopins de fúria, a mais recente dessas explosões foi na década de 1960 quando alcatéias de ambas as facções disputavam os territórios que hoje compreendem os bairros de Dois Irmãos e os morros ao longo da av. Norte na zona norte do Recife. Quando o crescimento urbano nessas áreas cresceu desordenadamente e com a criação da Universidade Federal Rural de Pernambuco (1) e o Horto de Dois Irmãos (2), assim como a criação de várias reservas nas proximidades. O conflito acabou com um saldo negativo para ambas as facções, que se recolheram em seus territórios e travaram certa paz durante as décadas posteriores, até o presente momento. 

 

Dias atuais

         Nas décadas seguintes tanto ruralistas quanto urbanos permaneceram a parte um do outro, salvo algumas assembléias ao longo dos anos com resultados normalmente ruins com a troca de farpas entre as facções, mas nunca se desdobrando em um conflito massivo. Os ruralistas tratavam de cuidar de seus territórios e impedir o aumento da influência da sombra da cidade em seus domínios. Secretamente algumas alcatéias ainda caçavam espíritos urbanos dentro da cidade, na esperança de encontrar um ponto fraco em seu espírito. Os urbanos tratavam dos sempre muitos problemas dentro de seus territórios desde vampiros há intrusões mais sérias do mundo espiritual, assim como as hostes.  Ambas as facções mantiveram-se em seus territórios, recobrando suas fileiras e recursos. Mas agora a população de ambas as facções se renovaram, novas alcatéias foram formadas e transbordam energia e violência em busca de novos territórios, a guerra ideológica entre as duas facções vira pretexto para a conquista territorial.

         E os rumores transbordam vindos de ambos os lados, os ânimos estão agitados, alcatéias de ambas as facções começam a marcar novos territórios, batedores são enviados ao território inimigo em busca de informação na esperança de ganhar alguma vantagem. Recentemente sabe-se da movimentação de alcatéias ruralistas atuando em Camaragibe, cidade satelite de Recife, e outras frentes, os urbanos, entretanto também já começaram a se movimentar, temendo um avanço por parte dos ruralistas já começam a aprontar seus próprios grupos de caça e defesa de seus territórios. 

 

As tribos

         Apesar das tribos não fazerem distinção em relação a posição do Uratha quanto as divergências entre ruralistas e urbanos, de fato elas tem suas preferências. Os Mestres do Ferro, por exemplo, por se tratar de uma Tribo praticamente urbana tem a maioria de seus membros fazendo parte dessa facção. A mesma coisa acontece com a tribo Aqueles que Caçam nas Trevas, pois o conceito prístino e selvagem da tribo leva naturalmente seus integrantes para as fileiras ruralistas.  Entretanto há Urathas de ambas as tribos nas duas facções, tudo se trata de um posicionamento quanto às opiniões e muitas vezes com o território defendido.

         As demais tribos têm opiniões variadas quanto ao conflito entre as facções, os anciões e Urathas mais experientes dessas tribos preferem deixar o filhote escolher os companheiros de alcatéia, desde que não fira os preceitos da tribo nem chame à atenção do espírito totêmico, as tribos não irão impor suas opiniões aos seus. 

 

AQUELES QUE CAÇAM NAS TREVAS

Menina

Que nenhum lugar sagrado em teu território seja violado

 

         Aqueles que Caçam nas Trevas se preocupam geralmente com os lugares indomados da natureza ainda livres das mãos da humanidade, geralmente esses territórios ficam bem longe da civilização, mas esse não é o caso da tribo no cenário, pois seus territórios estão em sua maioria bem próximos a cidade, mas que ainda não perderam seu aspecto natural na sombra. A tribo cuida para que o ciclo natural desses ambientes não seja interferido pela civilização humana, de sua cidade e dos espíritos alienígenas que habitam sua sombra, ou qualquer outra coisa. Qualquer espírito fora do contexto espiritual natural que invada seus territórios é caçado ou expulso para que o delicado equilíbrio espiritual não seja interrompido. Os Menina estão muito atentos a esses ciclos espirituais e assumiram a responsabilidade de zelar por eles, assumindo assim suas responsabilidades no lugar de Pai Lobo. Eles defendem seus territórios contra tudo que possa perturbar esse equilíbrio e os espíritos que lá vivem.

         Espiritualmente falando a tribo possui aliados entre os espíritos naturae da região, muitos dos Totens de alcatéia ligados a tribo são espíritos de animais da fauna e flora local e os membros da tribo fazem questão de prestar homenagem a esses espíritos. Trata-se de um acordo plausível entre os lobisomens e essas ninhadas, os Uratha da tribo cuidam dos últimos Locis naturais que ainda sobrevivem às margens da cidade que alimentam os espíritos com essência com uma ressonância compatível a esses espíritos, enquanto os espíritos fornecem sua ajuda, sabedoria e dons aos Uratha.  As alcatéias da tribo vêem como uma obrigação espiritual defender e proteger esses Loci que alimentam as ninhadas de espíritos naturae e proporcionam campos de caça saudáveis para que esses espíritos possam existir sem mudar o foco de suas existências, e sempre que um novo Loci com características naturais é encontrado a tribo logo ira tentar reclamá-lo para si.                      

         Dentro da sociedade Uratha a tribo é praticamente toda composta por ruralistas, na verdade o “movimento” e o pensamento naturalista observado entre as alcatéias ruralistas são originários da tribo, entretanto existem membros da tribo entre alcatéias urbanas que possuem uma abordagem diferenciada da cidade e sua contraparte espiritual, esse comportamento progressista não é vistos com bons olhos pelos mais velhos e experientes da tribo, mas esses Uratha ainda são respeitados e reconhecidos como um membro da tribo tanto quanto qualquer outro.

Organização: A tribo exige grande força de seu alfa e em troca oferecem lealdade total. São os mais lupinos de todas as tribos no que concerne o comportamento grupal, insistindo para que o alfa alimente-se primeiro da caça posicionando-se contra aqueles que questionam suas autoridades e ordens. A tribo também tem o costume de ter um alfa masculino e outro feminino. O primeiro alfa deve ser o líder inconteste, o lobisomem mais forte da hierarquia, o segundo tem mais liberdade para sugerir emendas às decisões do alfa ou discutir abertamente as queixas de seus membros nas assembléias e o alfa pode concordar sem perder prestigio.

Território: As alcatéias ligadas a tribo busca sempre territórios onde a sombra local ainda guarde resquícios da natureza selvagem e locais onde hajam Loci que ainda tenham uma ressonância natural que sustentem esses ambientes. Entre os territórios mais conhecidos da tribo estão as matas de Aldeia e São Lourenço (3), resquícios de mata atlântica nas proximidades de Recife e região metropolitana como a reserva do Prata (4) em Dois Irmãos, o Horto de Dois Irmãos e UFRPE. Alguns lobisomens urbanos da tribo também tentam purificar territórios e Locis dentro da cidade que foram prejudicados pela presença do homem, entre eles a reserva ambiental do Parque dos Manguezais em Boa Viagem e outras regiões de manguezal ainda não totalmente destruídas.

 

GARRAS DE SANGUE

Suthar Anzuth 

Nao oferecas rendicao que nao aceitarias

 

         Combinando o êthos do guerreiro com uma afinidade quase religiosa a seu furioso Totem os Garras de Sangue são criaturas tanto afeitas a batalha quanto a caçada. Para os Garras de Sangue os problemas mais sérios precisam ser resolvidos permanentemente, e para tanto, os maiores instrumentos a sua disposição são suas garras e presas. O mundo humano é uma mentira, é preciso matar e lutar para sobreviver e prosperar.

         Mais do que qualquer outra tribo os Garras de Sangue buscam o conflito. Os membros da tribo procuram atingir a perfeição do ideal do guerreiro, o guerreiro resiste sozinho (ou com sua alcatéia), a cada inimigo abatido ele alcança um objetivo maior pessoal, o guerreiro nunca cede ao desejo de sangue da fúria, nem refreia quando a força letal é necessária. Ele não conhece o medo, nem mesmo o medo da morte e entregará sua vida de bom grado se o objetivo pelo qual ele luta seja alcançado pelos aliados que ainda restam. Em todas suas ações o guerreiro Garra de Sangue segue os preceitos rigorosos da Glória para se tornarem o que há de definitivo nos Uratha.  

         No cenário a tribo mantêm-se dividida entre Urbanos e Ruralistas, de uma parte a tribo aprecia o estilo de vida dos ruralistas, vivendo da terra e não cedendo aos luxos e indulgências da sociedade humana, não fazendo concessões contra seus inimigos. Entretanto a tribo também marca presença na cidade, onde buscam caçar as presas mais fortes e poderosas para acumular mais glória para a tribo, também concordam que as alcatéias urbanas foram mais bem sucedidas que as ruralistas, e apreciam a presteza dessas alcatéias em combater as criaturas que caçam nas cidades.

Organização: Os Garras de Sangue só acreditam na alcatéia mais forte possível, só aqueles que provam suas habilidades em combate diante das maiores adversidades podem ser considerados como alfa. A organização da tribo é mais semelhante a um conselho de guerra, um exercito nos moldes antigos. Visto isso a tribo não promove muitos encontros e assembléias, a não ser quando o assunto é a guerra, nesse aspecto a tribo parece se organizar, primeiramente para determinar a hierarquia e depois para organizar uma força de guerra insuperável.

Território: A tribo não reivindica muitos territórios no cenário, a maioria de seus membros fazem parte de alcatéias multi-tribais e se dedicam a proteger esses territórios, seja nos territórios urbanos ou ruralistas. O que é certo é que onde haja confusão e batalhas a tribo marcara presença, zonas de guerra entre alcatéias, a frente de batalha contra os inimigos dos Uratha como os puros, espíritos e as hostes chamam os membros da tribo como moscas na carniça. De resto talvez o único território fixo da tribo seja no quartel 14RI em Jaboatão velho (5), conhecido também como Inferno Verde. A vida dura do quartel e o ambiente inóspito das matas, além do treinamento militar, fornecem o local perfeito para que jovens Urathas da tribo possam treinar e aprender as mais mortais táticas de batalha exigidas de todos os membros da tribo.     

 

MESTRES DO FERRO

 Farsil Luhal 

Respeita teu território em todas as coisas

         Existem Lobisomens de todas as tribos na cidade, mas os Mestres do Ferro diriam que os demais nunca viveram realmente na cidade. Na mesma região geográfica sim, mas nunca como parte da cidade em si. A cidade não é onde se vive, é algo em que você se insere. É uma relação ao mesmo tempo espiritual, física, sexual e visceral. É o território deles.

         Ao contrário de Aqueles que Caçam nas Trevas, os Mestres do Ferro vivem próximos da humanidade pelo bem dos próprios Uratha. A tribo acredita que se for superada tecnológica e socialmente pelos humanos estarão perdidos. As vantagens naturais que os Uratha têm sobre os humanos, sua força, dons espirituais, a magia e o aluamento, significam pouco em face da tecnologia moderna. Os Farsil Luhal sabem que nada podem fazer frente ao progresso humano, sabem que os Uratha jamais voltarão a ser os mestres do mundo como no passado longínquo, mas acreditam que os humanos tem esse potencial. Portanto eles acompanham o ritmo veloz das mudanças do mundo humano alterando e dando forma a sombra espiritual criando ambientes totalmente novos. Os Mestres do Ferro aplicam os melhores produtos da engenhosidade humana com a intenção de aprimorar e respeitar seus territórios.

         No cenário a tribo representa cerca de 80% dos Uratha urbanos, a tribo na verdade reivindica toda a cidade do Recife como seu território, em especial onde a cidade é mais antiga e a sombra da cidade já esta bastante desenvolvida. Uma prática comum entre as alcatéias formadas por membros da tribo é a expansão da sombra da cidade. A tribo acredita que a cidade é um organismo espiritual em pleno desenvolvimento, ela esta viva na sombra esperando para que alguém a encontre e possa-lhe arrancar todo conhecimento e sabedoria. A tribo possui muitos aliados entre os estranhos espíritos urbanos e protegem os Locis urbanos com tanta ferocidade quanto seus primos “caipiras” entre os ruralistas.

                Além dos espíritos há outros habitantes ocultos nas cidades, criaturas sobrenaturais como os vampiros, ocupam muitas vezes o mesmo espaço dos lobisomens urbanos. A tribo trata esses assuntos com muito cuidado e não se entregam de imediato a uma posição radical, eles tentam observar com bastante cuidado essas criaturas e possuem muito mais conhecimento do que seus irmãos de outras tribos, principalmente os ruralistas. A tribo sabe que essas criaturas parecem obedecer a uma estrutura social bastante diferente e possuem suas próprias interdições, como a alergia dos vampiros ao sol. Muitas vezes a tribo já firmou acordos de curto prazo e limites de território com essas criaturas destituídas de espírito, mas as alcatéias urbanas não irão hesitar em trair esses seres em prol de seus objetivos ou se isso lhes trouxer alguma vantagem. 

Organização: Os membros da tribo são muito adaptáveis a qualquer ambiente social dentro de uma alcatéia. Talvez seja a tribo onde os anciões mais respeitem os mais jovens, pois é preciso estar atento a mudança de seu território, também são a tribo que mais mantém comunicação entre si, pois estão mais propensos a utilização de meios de comunicação modernos como um celular e e-mail. Os membros da tribo mantém encontros regulares em assembléias de alcatéias urbanas, a hierarquia é bastante flexível seguindo o decoro da Sagacidade.

Território: A tribo reivindica toda a cidade do Recife e sua região metropolitana como território, esse território é ocupado por várias alcatéias mistas, mas em sua maioria composta por pelo menos um membro da tribo. Geralmente esses territórios já possuem uma sombra espiritual urbana já desenvolvida, além de tentarem purificar e refrear problemas espirituais na cidade que são muitos. 

SENHORES DA TEMPESTADE

Iminir

NaO Permitam que assistam nem atendam a tua fraqueza

 

         Os Senhores da Tempestade dominam a política dos Destituídos. São a personificação do poder elementar da ambição política. Dentro do cenário a tribo se posiciona acima das rivalidades entre ruralistas e urbanos atuando muitas vezes como juízes e mediadores entre as alcatéias. A Tribo não possui uma “liderança” oficial entre os Uratha do cenário, eles preferem liderar pelo exemplo, cuidando de seus territórios, como interpretes do Juramento da Lua e mediadores das disputas entre as duas facções, angariando respeito e favores de ambos os lados.   

         Entre os membros da tribo existem dois tipos; aqueles que se deleitam com o poder bruto dos elementos e aqueles que se deleitam com o poder sobre o próximo. A tribo no cenário possui os dois tipos. O primeiro prefere territórios mais inóspitos e idílicos, geralmente longe da presença humana lidando com espíritos das tempestades e outros elementares poderosos. O segundo prefere o território urbano por estarem mais próximos de seus servos humanos. De todas as tribos os Senhores da Tempestade são os que mais possuem laços estreitos com seus parentes de sangue lupino, entretanto se relacionam apenas com aqueles ligados a determinadas linhagens onde o sangue da tribo corre mais forte, como é o caso da tradicional, e poderosa, família Brennand.   

         Severos e ameaçadores, seu totem, o lobo invernal, é uma criatura austera das nevascas e das noites mais frias. A tribo se concentra nos interesses do individuo, da alcatéia e da tribo, e se dedicam a eles com obstinação assustadora. Os membros das outras tribos os vêem com o estereótipo de políticos hipócritas e ambiciosos; os Senhores da Tempestade acreditam que eles simplesmente não tem foco. A Tribo acredita que os Uratha devem voltar a seu papel de mestres do mundo, ou pelo menos das fronteiras entre o espírito e a matéria, e por isso apóiam os ideais Uratha e consideram seu dever sagrado liderar o resto do povo na defesa desses ideais. Para tanto, porem, é preciso ter pulso forte e uma presença imperiosa, de modo que é proibido deixar escapar qualquer traço de sinal de fraqueza.

Organização: Nem todo o Senhor da Tempestade pode ser o líder da alcatéia, e essa percepção impede que suas alcatéias cedam ao peso das rivalidades internas. Não, aqueles que lideram mostram sua maestria de diversas maneiras. Um deles talvez estude o conhecimento e as competências de seu próprio augúrio de maneira a se tornar o mestre inconteste desse campo. Geralmente procuram ser os melhores da área que escolhem para atuar. A tribo possui uma hierarquia rígida baseada na Honra, e a tribo estimula que seus integrantes formem suas próprias alcatéias, sejam elas apenas de Senhores da Tempestade ou multi-tribais, para melhor realizarem sua tarefa de liderar o povo contra os inimigos dos Uratha e preservar sua espécie. A tribo procura participar de todas as assembléias do cenário, tanto rurais quanto urbanas, além de promover suas próprias assembléias secretas, onde definem planos de ação e conquista além de lidar com as demais tribos e o conflito entre as duas facções.                      

Território: A tribo marca presença tanto no território ruralista quanto nas cidades. A tribo prefere sempre aqueles territórios altos ou inóspitos. Um dos territórios mais tradicionais da tribo fica na Serra das Russas (6), no município de Vitória de Santo Antão e o famoso instituto Brennand (7), que apesar de aberto ao público durante os dias serve de local para encontros da tribo, além de invocações de espíritos ancestrais e a prática de outros rituais.

 

SOMBRAS DESCARNADAS

Hirfathra Hissu

A cada espírito o que lhe é devido

 

         Os Sombras Descarnadas juraram se dedicar ao conhecimento secreto do mundo das sombras. Tudo que diz respeito aos mistérios mágicos e ao mundo espiritual são de interesse da tribo. Herdaram a natureza inquisitiva de mãe Luna e a percepção imanente de Pai Lobo em relação ao mundo espiritual. As Sombras Descarnadas buscam constantemente iluminação nas trevas. Procuram os maiores mistérios, aprendem rituais desconhecidos e descobrem a interdição de grandes espíritos malignos.

         No cenário a tribo desfila tanto entre as alcatéias ruralistas quanto as urbanas, as alcatéias da tribo buscam os mistérios espirituais de ambos ambientes, tanto o urbano quanto rural, e não se deixam levar, pessoalmente, nas intrigas e dissidência das duas facções conflitantes. Concordam com os argumentos de ambas as facções, mas também apontam seus defeitos intrínsecos. A tribo sabe da importância de ambos os tipos de território e sua busca sagrada se concentra em traduzir em conhecimento os mistérios desses dois ambientes.

         Sabe-se que a tribo possui fortes laços com espíritos de estranhos coros, desde espíritos naturais, os enigmáticos espíritos da cultura indígena e africana, passando pelos estranhos híbridos urbanos, espíritos formados pela alteração provocada na sombra pela presença dos humanos e sua cidade. Além das alianças no mundo espiritual a tribo também busca não apenas aprender novos conhecimentos, mas preservá-los. Os Hirfathra Hissu possuem uma ligação com esses povos indígenas e africanos e seu conhecimento xamânico considerando-os mais esclarecidos do ponto de vista espiritual do que os brancos e europeus. Procuram sempre estar próximos a essas culturas, defendendo seu legado e conhecimento, além de disseminar sangue Uratha em seu meio. Muitos membros das Sombras Descarnas são originários desses povos oprimidos.

Organização: A tribo não tem o costume de promover grandes alcatéias e preferem assumir o papel de conselheiros espirituais tanto no nível da alcatéia quanto da sociedade Uratha em geral. Quando se encontram preferem fazer isso de maneira mais individualista, com encontros secretos em territórios espirituais desconhecidos.

Territórios: A tribo busca territórios que sejam relevantes do ponto de vista espiritual, todos os lobisomens de todas as tribos situam seus territórios as margens de Locis, mas a tribo leva isso um pouco a frente, procurando por Locis de relevância em seus territórios. Entre dois territórios conhecidos reclamados por membros da tribo estão a reserva ecológica do Parque dos manguezais em Boa Viagem, onde possuem um estranho relacionamento com espíritos da lama e do mangue. Dividem território com lobisomens urbanos, em especial da tribo Mestres do Ferro e se dedicam a trazer harmonia a esses territórios tão degradados pela presença humana. A tribo também busca situar territórios nas proximidades de centros de religiões com enfoque espiritual, terreiros de macumba, centros espíritas e outras religiões indígenas e africanas que tenham uma forte ressonância espiritual associadas.

 

Referências visuais.  

(1) Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) - Território ruralista. 

http://www.google.com.br/imgres?q=universidade+federal+rural+de+pernambuco&hl=pt-BR&sa=X&gbv=2&biw=1440&bih=799&tbm=isch&tbnid=5m2u1JT76to3mM:&imgrefurl=http://200.17.137.110:808

(2) Orto de Dois Irmãos: Complexo formado por reserva ambiental e zoologico, administrado pela UFRPE e território ruralista.

http://www.google.com.br/imgres?q=orto+de+dois+irmãos+recife&hl=pt-BR&gbv=2&biw=1440&bih=799&tbm=isch&tbnid=BCdBS-MtqGsPKM:&imgrefurl=http://flickriver.com/photos/ermo/sets/&docid=e_yRn8-xUYN1UM&imgurl=http://

(3) Aldeia e São Lourenço: Região a cerca de 30Km do Recife, região conhecida por suas imensas matas ainda preservadas.

http://www.google.com.br/imgres?q=Chã+da+peroba+Aldeia+PE&hl=pt-BR&gbv=2&biw=1440&bih=799&tbm=isch&tbnid=10EV9_NxI2ITpM:&imgrefurl=http://chadeperoba.wordpress.com/fotos/&docid=plf7UCzrTYs9ZM&itg 

(4) Reserva Açude do Prata: Reserva ambiental de mata atlântica proximo ao complexo da UFRPE e Orto de Dois Irmãos, território ruralista.

http://www.google.com.br/imgres?q=açude+do+prata&num=10&hl=pt-BR&gbv=2&biw=1440&bih=799&tbm=isch&tbnid=M9meq8WXA-BqBM:&imgrefurl=http://infernorama.zip.net/arch2010-04-18_2010-04-24.html&docid=K3dB1jyGgxPUNM&

(5) Quartel 14RI, batalhão de infantaria mecânizada, território da alcatéia Inferno Verde dos Garras de Sangue.

http://www.google.com.br/imgres?q=exercito+jaboatão+pe&hl=pt-BR&gbv=2&biw=1440&bih=799&tbm=isch&tbnid=7CFtin13TqezeM:&imgrefurl=http://www.exercito.gov.br/web/resiscomsex/cmne%3Bjsessionid%3D3A39D3893B125FCFBC7782AC70775912.lr2%3Fp_p_id%3Dnoticias_

(6) Serra das Russas, sinuoso treixo de BR que corta o ínicio do planáuto da Borborema. O local é conhecido pelos perigosos acidentes automobilisticos.

http://www.google.com.br/imgres?q=Serra+das+russas+pe&hl=pt-BR&gbv=2&biw=1440&bih=799&tbm=isch&tbnid=artiv1h7FpdH6M:&imgrefurl=http://deuocaraiemvitoria.blogspot.com/2011/07/suicidios-estranha-relacao-entre-ponte.html&docid=-t8gGj

(7) Instituto Brenand, museu e complexo de arte da famosa, e milionária família Brenand.

http://www.google.com.br/imgres?q=instituto+brennand&num=10&hl=pt-BR&gbv=2&biw=1440&bih=799&tbm=isch&tbnid=6QZu-CWzUqHx7M:&imgrefurl=http://blog.tudonahora.com.br/saboreviagem/2011/07/27/instituto-brennand-promove-viage

   

 

 



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