Nunca mais o mesmo...

Estranho. Estava tudo cada vez mais estranho. Dessa vez não queria mais um copo de Dry ou Tequila.

- Cachaça brasileira...e uma rodela de limão..por favor..

Minha respiração estava controlada e aquela mulher ainda estava do meu lado, tinha acabado de chegar do banheiro. É impressionante como alguns minutos no banheiro faz mulher volta mais linda. nada como uma ajeitada no cabelo e uma retocada na maquiagem. Só sei que não conseguia tirar os olhos dela.

- Voce está me ouvindo?

Me dei conta quando ela sacudia meu braço, e com a outra mão apontava para a cachaça em cima do balcão. Tínhamos ficado 1 hora sem falar nada, calados e respirando após a fuga, mas enfim....

- Olha...desculpa mesmo por ter te metido nessa, se não fosse por você, acho que eu teria sido pega por aqueles caras...

Aqueles caras. O que diabos eram aqueles caras de terno e gravata?

- Mas eu não sabia que voce era como eu...sabe?

Ela tentava disfarçar sobre o que ela era e presumia que eu tambem sabia o que era ela, ficamos nesse impasse de olhares e eu sem enteder lhufas.

- Escuta. Não sei mesmo o que voce esta querendo dizer e foi pura sorte aquelas armas estourarem naquele exato momento

Peguei o copo que estava no balcão e tomei de uma vez, em seguida o ritual do limão para cortar o alcóol.

- Tá, voce quer me dizer que não sabe o que fez e que tambem não é como eu?

Ela parou por um momento pegou um cigarro

- Pelo menos voce aprendeu direitinho como esconder sua identidade e como abraçar as sombras

Era incrível a postura dela, apesar de parecer rebelde, ela parecia ter uma etiqueta nobre, e isso só por que ela tem estilo ao fumar o cigarro...

- Sério...juro que não sei do que voce esta tentando me dizer...sabe, minha vida virou um caos depois de...

É. não era bom falar o que aconteceu comigo na universidade. Não quero parecer um lunático, contando histórinhas de fantasmas e bla bla bla...

Ela usava um colete jeans e mal percbi que ela colocava a mão no bolso tirando alguns pertences. Ela os colocava em cima do balcão, na certa procurando por algo, mas não pude deixar de notar um dado vermelho de 6 faces, igualzinho dos jogos de 21 do cassino de Vegas.

- Posso?

Antes que ela respondesse, peguei o dado que estava em cima do balcão e fiquei admirando. Cara, e não fazia idéia de o quanto me amarrava em probabilidades...

- Entropia...

Como se ela conseguisse ler minha mente, ela falou aquilo do nada e ainda mantinha a mesma postura com o cigarro na boca, foi então que minha mente voltou para o momento em que as armas explodiram...sim, existe uma probabilidade de isso acontecer, mesmo se for 0,0001

- Entendeu agora o que eu quis dizer com "Voce Salvou minha vida"?

Melhor pedir mais uma dose ao barman antes que eu enlouqueça de vez...