O começo
“Nada é como esperado, um sonho pode refletir isso, você não espera sonhar, simplesmente acontece.”
Sou a mais velha de quatro irmãos, sendo assim, a que cuida dos mais novos, e bem sempre cuido. Acho que descobri que minha família era conturbada desde que minha irmã nasceu. Pai alcoólatra e controlador, mãe dependente… busquei ter a cabeça no lugar, então cresci cedo, tendo uma capacidade enorme para a arte, minha única fuga naquela época. Presa, vivi com os livros também, e isso me ajudou a entender como o mundo funcionava e até questionar certas coisas. Questionamentos que levei para minha vida toda, nasci em uma família cristã, mas nunca me senti segura pelo que as pessoas diziam sobre essa religião, achava-as cegas. “Droga, porque você não vê?! porque gosta de ser cega?!” - Não que eu não acreditava, eu acreditava, na verdade se o Deus cristão existia, então porque duendes, fadas e magos não poderiam existir?! Porque Dragões e outros deuses as pessoas teimavam em acreditar que eram mitos?! Momentos ateus, que na verdade não eram ateus... Brigas sobre o que é certo e errado, não só com meus pais, mas com meus irmãos, que cresceram e não viam, não percebiam. Vultos eram lindos, espíritos com capacidade de mudar de planos... Planos espirituais... Porque eles tinha medo disso eu não!? Porque eles tinham medo de assombrações e eu apenas achava-as interessantes?! “Minha irmã, assim como os meus irmãos simplesmente se tornaram outras pessoas cegas nesse mundo.” Sentia tristeza, solidão, sentia que tudo que falava era em vão, então me fechei para tudo. Até que minha avó, que o Deus dela a tenha, me deu uma luz. “Era uma noite de são joão, estava no sítio da família, a fogueira mostrava-se imponente, e aos redores meus irmãos e primos, cantarolavam aquelas mesmas músicas chatas de todos os anos. Foi ai que minha avó mandou eles calarem a boca por alguns momentos, para começar a contar suas histórias do passado, só que dessa vez, em vez de contar olhando todos como sempre fazia, olhou para mim, fixou seus olhos, como se soubesse o que eu passava, e começou.” – Essa história é sobre duas pessoas, muito valorosas na nossa família. Nicole fora a única que os conheceu, mas só foi logo após o seu nascimento e um beijo de boas vindas que isso ocorreu.É o bisavô de vocês, Antônio e sua bisavó, Maria, eles eram diferentes da maioria.
Desde pequena Maria mantinha um Deus no coração, ninguém sabia quem era esse Deus de sua criação.
Mas sempre que pronunciava algo mostrava-se devota, todos a respeitavam-na, já que dizem que o Cristo sempre abre as suas portas.
Maria curava, e previa, o padre da cidade dizia dela ser a profetisa que sabia.
Já Antônio era especial, nasceu acima da média dos garotos, nada era igual.
Sua força era estranha, corria que ninguém seguia e roupa pra esse menino?! Vixe, será que existia?!
Maria e Antônio se conheceram já eram adolescentes, por serem diferentes um amor não era inconveniente.
Antônio virou caçador, como seu pai, cheio de esplendor.
E Maria uma profetiza e mestre dos antigos conhecimentos, parteira só as vezes, quando precisavam de uma comadre rezadeira.” Neste momento, meus olhos brilhavam, então será que eu poderia ser igual à minha avó?! Aquela que me deu um beijo antes do seu último suspirar. Claro, comecei a investigar e após isso coisas estranhas começaram a ocorrer. Sonhos quase lúcidos começaram a me perturbar, momentos que me sentia perseguida ou algum estranho me olhava, não entendia o porque até conhecer certa pessoa, e esta pessoa me ajudaria no caminho, o caminho do despertar.
Corrigido.