Filhos de Bastet

             A origem dos Filhos de Bastet não se perdeu no tempo assim como várias outras linhagens da Família, mesmo sendo tão antiga. Os Felinos fazem questão de passar para as suas crias a história banhada a sangue a que os deu origem. Bast é o nome dado à deusa-gato egípcia Bastet na antiga cidade de Bubástis, aonde seu templo foi erguido na época de 1850 a.c. Bastet era a deusa-gata, protetora dos felinos, das mulheres, da maternidade, da cura. Era guardiã das casas e feroz defensora dos seus filhos, representando o amor maternal. Tem grande ligação com a Lua. Por causa dela, os gatos eram considerados animais sagrados, guardiões dos portais do mundo espiritual.

           Algumas dinastias de faraós foram mais ligadas ao culto à Bast do que outras.A rainha Tiyi, esposa de Amenhotep III, parecia ter um gosto particular por gatos e freqüentemente era representada com um deles debaixo de seu trono, participando de banquetes e eventos oficiais. Seu filho mais velho, Tutmés, foi eleito o sucessor do trono entre seus cinco irmãos apenas por possuir os olhos verdes como os de um felino. Além disso, ele aparentemente havia puxado da mãe preferência por Bast e possuía para si uma gata de nome Ta-Miut. E foi no período deste reinado, quando o herdeiro possuía apenas 14 anos, que a história dos Bastitas começou. A idéia de um deus único reinando sobre todos em detrimento do regime politeísta do Antigo Egito estava começando a se difundir, especialmente entre os povos escravos, que viviam sob a tirania dos Faraós. Em uma rebelião que quase causou um golpe de estado nas regiões de Bubástis. Durante o ataque dos escravos ao templo de Bast, Tutmés foi seqüestrado e levado da morada real até uma caverna fora dos limites da cidade. Durante seu breve cativeiro, sua gata Ta-Miut o seguiu e foi pega pelos escravos.

Rebelando-se contra os preceitos religiosos da época, os rebeldes decidiram sacrificar Ta-Miut em praça pública, mostrando seu desprezo pelo animal considerado mais sagrado na cidade. Tutmés assistiu à execução incapaz de defender sua companheira ou sequer vingar a sua morte.De volta à sua cela, o príncipe decidiu que não seria executado em público assim como Ta-Miut e que sua morte não seria motivo para a população deixar de acreditar em seus sagrados deuses. Assim, resolveu por fim em sua própria vida, tendo uma morte silenciosa e solitária e é aqui que a história se diverge.

            Os vampiros mais supersticiosos acreditam que o espírito de Ta-Miut se negou a guiar seu antigo dono pelos portões dos mundos dos mortos e o trouxe de volta à vida na forma de um vampiro para poder vingar. Os mais céticos dizem que Tutmés foi encontrado por um Gangrel errante que, antes da morte chegar, o transformou em uma das criaturas da noite. O que se sabe na realidade é que Tutmés retornou à cidade transformado e vingou-se da multidão de escravos sugando-os um a um.

            Gerações depois, com a vinda dos cristãos e do Lancea Sanctum, Tutmés decidiu passar adiante o seu legado. Os membros dessa linhagem usam formas felinas ao mudar de forma com em seus poderes de Metamorfose, como uma forma de homenagear a Bast. À cada geração um dos seus descendentes, principalmente os de olhos verdes, era escolhido na juventude para se tornar um Amaldiçoado e manter vivo o culto à Bast. Com o passar do tempo, o clã cresceu e a linhagem adotou para si o nome de Filhos de Bast, e continua sua prática de seleção e recrutamento até hoje.